Era onze de Setembro de 2001, um dia que iniciou comum, mas com certeza não terminou como qualquer outro. Na manhã deste dia, as torres gêmeas do World Trade Center em Nova York vieram ao chão, fruto principalmente do fanatismo e intolerância religiosa. Esse cenário que se via apenas em outros países, hoje ocorre no Brasil, não como nesse caso extremo (felizmente ou ainda?) , mas de forma preocupante religiões se sentem ameaçadas pelo peso da intolerância tão contraditória em um país plural e laico. Além das antigas intolerâncias raciais e sexuais as quais exerciam grande segregação entre os brasileiros, hoje se vê despontando a intolerância religiosa. Esse fato parece um absurdo pois a exemplo de outros países em que o Estado determina uma religião oficial, o Brasil é laico e expressa claramente em sua constituição o livre culto de toda forma de manifestação religiosa. No entanto, infelizmente esse direito precioso e tão sonhado por pessoas de outras nações vem sendo deturpado, colocando em risco a liberdade de expressão, expressão essa tão importante para o ser humano não só em seu lado espiritual, mas psicológico e social. O perigoso sentimento de superioridade e o fanatismo são as principais causas dessa intolerância. O mundo todo sempre assistiu alarmado aos famosos ataques patrocinados pelo Estado islâmico em favor de sua religião. O ataque às torres gêmeas e mais recentemente ao Jornal francês Charlie Hebdo deixou claro o quanto o fanatismo pode ser destruidor. Os brasileiros podem olhar para todas essas situações e imaginar algo longe. Mas será? E até quando? Em nosso país muitos terreiros de candomblé e umbanda foram invadidos no último ano e infelizmente outras vítimas poderão estar na mira de indivíduos que não conseguem viver em meio à diferença, indivíduos que não aprenderam que não importa o quanto não se concorde, o respeito é a principal forma de viver em harmonia. Fica claro, portanto, que o fantasma da intolerância religiosa tem assolado o Brasil de forma crescente. Assim, é indispensável que o Estado tome providências com a criação de leis que venham a punir de forma rígida os acusados dessas práticas. É necessário mexer na base também, assim, o papel da escola é realizar programas com seminários e debates sobre a diversidade religiosa no país e seus direitos. A tolerância a qualquer tipo de diferença é fundamental e se tratando de nossas crenças, o respeito ao próximo e à sua fé devem ficar em primeiro lugar.