O Brail é intitulado como Estado Laico, o que o tornaria um país muito avançado em questões de pluralidade ideológica e religiosa, se não fosse pelo motivo de que o Brasil nunca se empenhou efetivamente em promover a tolerância religiosa. Nesse sentido, usar esse título apenas mascara a realidade: que o Brasil ainda é um país muito intolerante, principalmente no âmbito religioso. Mas então de que forma se pode combater esse mal que permeia sociedade brasileira? Pode-se afirmar que a intolerância religiosa no Brasil nasceu diretamente com a colonização do país. A religião dos colonizadores portugueses foi imposta aos indígenas e depois novamente aos africanos escravizados, que tiveram as manifestações religiosas suprimidas por séculos e vistas como práticas de cunho maligno e obscuro. A religião era uma força unida ao Estado, uma vez que ela ajudava na manutenção do poder e na formação da moral. Essa, ligada a opressores, causou muitas guerras ao longo dos século, tanto pela ambição de poder como pela intolerância. E se analisar bem, hoje também não é muito diferente. A intolerância causa muitas guerras, mortes e discussões, que conseguimos ver nos noticiários que expõem a brutalidade dos ataques de fanáticos contra frequentadores de religiões de matrizes africanas, por exemplo Quando a ideia de Estado Laico foi formada, o intuito era de suprimir a intolerância e o poder religioso. Assim, a religião não interferiria no Estado nem o Estado interferiria na religião. Os movimentos religiosos não teriam nenhum outro poder além de julgar se seus participantes podem ou não ficar em seus cultos. Talvez, quando Locke , um dos formuladores da ideia de Estado Laico e o autor da Carta sobre a intolerância, não tenha previsto que determinadas religiões pregavam intolerância a outra, mantendo assim um conflito, como podemos ver no Brasil. No Brasil, tolera-se a intolerância até certo ponto. Há leis que punem discriminação, ações agressivas e atos ofensivos aos participantes de diferentes religiões. Mas essa intolerância continua pelo desinteresse dos Órgãos Públicos. Para combater a intolerÂncia religiosa no Brasil, os Órgãos Públicos como o Governo Estadual, devem ser mais efetivos na punição de crimes ligados a intolerância e incentivar a pluralidade religiosa, dando apoio às manifestações, tanto agindo como apaziguador entre elas. Outro fator que se torna necessário é o ensino e debates em escolas e mídia sobre a matéria de religiões, para que os jovens sejam capazes de entender e respeitar todas as religiões. Só dessa forma poder-se-á honrar o título de país Laico.