Título da redação:

A castidade da obsolescência

Tema de redação: A intolerância religiosa no Brasil

Redação enviada em 24/10/2016

A relação entre a diversidade cultural e a intolerância religiosa é uma faceta ligada à construção da história brasileira. Com a premissa de que as religiões minoritárias não seriam adequadas, despontou-se um preconceito e uma forte oneração contra cultos e manifestações destas no país, observados de forma incólume, atualmente. A imposição da religião católica no Brasil iniciou-se na colonização, no século XVI, e, desde então, os índios e os demais brasileiros foram obrigados a seguir a crença europeia com inapetência. Tal exigência só foi rompida na primeira Constituição da República, em 1891, quando o país tornou-se laico, permitindo a liberdade religiosa. Diante disso, esperava-se que fossem abolidos os casos de violência contra cultos das minorias, como o candomblé, por exemplo; todavia, predomina-se no Brasil as religiões católica e evangélica, as quais, infelizmente, possuem muitos adeptos que não aceitam as religiões africanas. Tal refutação dissemina a violência e o preconceito sociocultural que, além de ampliar a desigualdade racial, segrega religiosamente a população brasileira, o que dificulta, muitas vezes, a inserção econômica desta minoria. Nesse sentido, observa-se que cultos das religiões como a judaica, a maçônica e as africanas, por exemplo, são, normalmente, discretas perante a sociedade, evitando assim, discordâncias e violência. Ademais, observa-se também que algumas dessas religiões possuem vestimentas características como o kipá dos judeus (pequeno chapéu), que chamam atenção da sociedade e são alvo de discriminações. Portanto, é preciso resolver os problemas relacionados à intolerância religiosa no Brasil com parcimônia. Primeiro, é preciso que o poder legislativo reforce a pena para quem disseminar o ódio e o preconceito contra qualquer culto religioso a fim de impor a seriedade desses atos. Segundo, é importante que as minorias que sofrem com a intolerância se manifestem para com as autoridades policiais com a finalidade de se protegerem de qualquer ato de violência. Por fim, é imprescindível o papel do terceiro setor, juntamente com a população adepta ao respeito entre religiões, na abolição dos pensamentos obsoletos segregacionistas por meio das redes sociais e de campanhas educacionais nas escolas.