Desde o iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa os desafios da integração social da pessoa com síndrome de down, no Brasil, hodiernamente, verifica-se que esse ideal iluminista é constatado na teoria e não na prática. De fato, essa interação parece ficar no imaginário do brasileiro. Essa imagem de desesperança nasce da atuação ineficaz do Estado. De acordo com o Michel Foucault, legalidade e legitimidade estão em âmbitos separados, ou seja, aquilo que é legal não será necessariamente legítimo. Ao analisar as ações do Estado no que tangencia tal problemática a partir da ótica de Foucault, nota-se o exercício do mesmo apenas no campo da legalidade enquanto as legitimações de suas políticas de inclusão ficam em outro plano. Ora, se não há busca por ações que tornem o que está, previsto por lei em realidade, não há com esperar por mudanças. Ademais, corrobora para tal mazela a falta de inclusão dentro do ambiente escolar. Tido como diferente, os portadores da síndrome, assim como outros tipos de deficientes, tendem a ser excluídos simplesmente por não possuírem o padrão esperado pelos demais a sua volta. O caso do astrofísico Stephen Hawking, o qual foi segregado dentro da universidade devido a sua deficiência motora, comprava tal fenômeno. Dessa forma, é importante que escolas promovam a discussão sobre efeitos da exclusão dentro do ambiente educacional através de debates com o intuito de minimizar o fenômeno da segregação. Do mesmo modo, faz-se necessária a atuação de dois agentes: o Estado e a família. Ao primeiro, cabe o aprimoramento da fiscalização das políticas de acessibilidade através da inspeção anual da mesma visando realizar quilo que é direito por lei. Já o segundo deve fomentar a discussão sobre questões de respeito e acessibilidade buscando alcançar a quebra de estereótipos, facilitando a prática do ideal iluminista