Segundo a declaração dos direitos humanos, de 1948, todas as pessoas possuem direitos iguais dentro de uma sociedade. No entanto, a vida em sociedade oferece obstáculos a inserção de pessoas portadoras de deficiências físicas, mentais ou de ordem emocional no mercado de trabalho e convívio recreativo. Diante disso, levanta-se o questionamento acerca das responsabilidades da integração social da pessoa com síndrome de Down. Platão, filósofo grego, disseminou por meio de sua obra “ O mito da Caverna” o entendimento da prisão provocada pela ignorância. De forma análoga, o isolamento social do portador de síndrome de Down aprisiona o jovem da realidade à sua volta e impede o desenvolvimento de uma sociedade diversificada em suas diferenças. Porém, assim como no mito do filósofo, o manejo dessa situação se faz pelo próprio indivíduo, uma vez que não há dentro dos círculos familiares o estímulo entre os seus integrantes pela socialização do jovem portador da síndrome. Além disso, vale ressaltar o dever do governo de proteger o portador de síndrome de Down. Dentro dos estudos de Sociologia, depreende-se o conhecimento do contrato social firmado entre Estado e população, no qual os indivíduos da sociedade abrem mão de suas “liberdades naturais” em troca de proteção. Nesse sentido, a presença de obstáculos na inserção da pessoa com síndrome de Down no mercado de trabalho rompe com o compromisso entre as partes. Torna-se evidente, portanto, a necessidade de um compartilhamento de responsabilidades: o Legislativo precisa criar uma cartilha de proteção ao portador de síndrome de Down, dispondo de leis que obriguem a reserva de vagas nas empresas públicas e privadas aos portadores da condição, para que dessa forma diminua o obstáculo de inserção no mercado de trabalho. Outrossim, os representantes eleitos de cada região precisam promover palestras ministradas por psicólogos à respeito da importância da socialização do jovem com síndrome de Down, a fim de conscientizar os pais e responsáveis da necessidade do estímulo ao convívio dos jovens portadores da síndrome. Em síntese, desde que haja diálogo e comprometimento entre todas as esferas da sociedade pela integração da pessoa com síndrome de Down o Brasil estará caminhando rumo a um futuro mais justo em suas diferenças.