Segundo o pensador brasileiro Gilberto Freyre, a busca pelo saber deve ser justificada por um fim social, ao passo que o contrário a torna uma futilidade. Por conseguinte, é indubitável que os estudos feitos a respeito da Síndrome de Down contribuíram para o entendimento do fenômeno, não auxiliando de forma efetiva na inclusão e compreensão desses indivíduos pela sociedade, o que contraria o pensamento de Freyre. Nessa perspectiva, é impreterível a necessidade de uma intervenção social que busque integrar os portadores no mercado de trabalho ao mesmo tempo que incentive o entendimento da Síndrome por parte da população com o fito de mitigar o preconceito que infelizmente ainda existe. A princípio, cabe ressaltar que de acordo com a Medicina, a Síndrome de Down ocorre devido a uma alteração genética no cromossomo 21. As consequências dessa doença genética incluem atraso no desenvolvimento motor e intelectual, flacidez muscular e características faciais diferenciadas, como olhos orientais. Contudo, apesar dessas alterações muitos indivíduos conseguem levar uma vida normal se bem acompanhados durante todo o desenvolvimento, entretanto, isso não acontece na maioria dos casos, sendo a negligência com os portadores da Síndrome um problema conspícuo e infeliz na sociedade. Outrossim, embasado na Constituição de 1988, todo indivíduo é igual perante a lei, logo, tratar uma pessoa Down com exclusão e preconceito são formas óbvias de transgressão a esse princípio. Nesse contexto, é inteligível a ligação entre a integração social dos portadores e a busca por igualdade e respeito, sendo uma maneira efetiva de combater o preconceito ainda existente em muitos setores da sociedade. Um fato alarmante para a contemporaneidade. Infere-se, portanto, a necessidade de buscar soluções viáveis para esse problema. Para isso, é de suma importância que o Governo Federal, em parceria com ONGs como o Movimento Down, busque incluir esses indivíduos socialmente por meio de projetos pedagógicos de acompanhamento escolar inclusivo, que insira crianças com Down em escolas de ensino regular com o suporte psicológico e profissional de professores qualificados. Ademais, cabe ao Ministério do Trabalho promover campanhas de inserção do indivíduo com Síndrome de Down no mercado, incentivando empresas privadas na contratação e garantindo por meio de leis trabalhistas o direito desses a cotas em concursos públicos, promovendo assim um Brasil mais inclusivo e mais justo.