Com a recente redemocratização, a nova Constituição garantiu vários direitos inalienáveis a todo cidadão. Contudo, o Brasil tem enfrentado dificuldades em integrar os portadores de síndrome de Down, permitindo que ele exerça sua cidadania e tenha as mesmas oportunidades que qualquer cidadão. Desse modo, o preconceito e o auxílio precário ao desenvolvimento educacional do portador são barreiras a serem superadas para solucionar o problema. A falta de entendimento acerca da síndrome leva as pessoas a tratarem o portador de forma inadequada atrapalhando o desenvolvimento. Nesse sentido, é perceptível que, desde que a família tem conhecimento que o recém-nascido é portador da síndrome, a ignorância acerca dos tratamentos e fórmulas para lidar com o indivíduo leva à família um período de tristeza chamada fase de luto, em consequência, eles tratarem os portadores como inválido, prejudicando o desenvolvimento da cidadania deles. Um fato que desmistifica essa crença é um artigo da pedagoga Ana Patrícia Beltrão Bastos, que, segundo ela, 73% deles têm autonomia para tomar as próprias decisões sem que os pais digam o que fazer, assim sendo, se a família for bem instruída, pode auxiliar o indivíduo a adquirir a própria autonomia. Outrossim, o sistema educacional inadequado dificulta a integração à sociedade. Nesse contexto, mesmo com a aprovação da Lei 9394/96 que estabeleceu igualdade e condições para o acesso e permanência na escola, incluído portadores de necessidades especiais, não teve um efeito prático, uma vez que não existe uma estrutura adequada e profissionais treinados que atendam à demanda para auxiliar esses indivíduos para superar as dificuldades. Como resultado, muitos tem um aprendizado inapropriado, consequentemente muitos não chegam ao ensino superior ou mercado de trabalho. Torna-se evidente, portanto, a necessidade da união entre o Poder Publico e a sociedade para garantir os direitos aos portadores de síndrome de Down. Para isso, cabe ao Poder Executivo garantir um bom aprendizado, por meio do treinamento dos profissionais de ensino para lidar com o portador da síndrome, somado à implementação de softwares que potencializem o aprendizado. Simultaneamente, é necessário investir no treinamento da família, acelerando o processo de integração à sociedade, agregado à implementação de propagandas na mídia, a fim de conscientizar a sociedade que o portador de síndrome de Down é um cidadão como qualquer outro. Dessa forma, fica evidente a visão de Paulo Freire que sem a educação a sociedade não muda.