Segundo Émile Durkheim, a sociedade é similar a um organismo biológico por ser composta por partes que interagem entre si. Nesse ângulo, depreende-se que a interação social é fundamental para o funcionamento ideal da sociedade. Entretanto, nota-se, infelizmente, que há uma deficiência na socialização de pessoas acometidas pela Síndrome de Down no Brasil – alteração genética que gera problemas cognitivos e na aparência física. Nesse mosaico, observa-se que os principais agentes do impasse são fatores familiares e escolares. Em primeiro lugar, constata-se a existência de pais ou familiares que dificultam a integração social dos filhos com Down. Percebe-se que o temor pelo preconceito e o conceito estereotipado de incapacidade de trabalho e estudo dessas pessoas, corroboram o obstáculo. Contudo, infere-se um grave problema social, pois, conforme o sociólogo Bourdieu, o convívio com os demais grupos sociais – conhecido como “habitus” secundário-, além da família, é essencial para gerar valores que possibilitam a eficácia e a harmonia da convivência em sociedade. Dessa forma, a ausência de relações interpessoais interfere no desenvolvimento cognitivo do indivíduo em questão, pois permanece estático em um estado primitivo causado pela síndrome. Ademais, apura-se que a incapacidade de inclusão de grande parte dos centros educacionais influencia na problemática. Afinal, muitos professores não são capacitados para lidar com alunos especiais, como também faltam recursos e materiais pedagógicos específicos nas escolas para que tenha a promoção de uma educação inclusiva. Nesse âmbito, devido à ausência de preparo nessas instituições sociais, boa parte das 300 mil pessoas portadoras da Síndrome de Down no Brasil, segundo a estimativa da Federação Brasileira das Associações Síndrome de Down, fica desamparada. Fica evidente, portanto, que medidas são necessárias para resolver o impasse. De acordo com a terceira lei newtoniana, toda ação gera uma reação. Sendo assim, é preciso que as universidades criem matérias específicas sobre a abordagem e desenvolvimento de alunos com a síndrome, em todos os cursos de licenciatura, a fim de dizimar a falta de capacitação dos professores. Além disso, é de suma importância que o Governo Federal crie centros especializados os quais contam com uma equipe de psicólogos, psiquiatras e terapeutas, com a finalidade de fornecer suporte psíquico aos pais e às famílias para que possam superar os estereótipos enraizados sobre o potencial dos envolvidos. Assim, com essas ações, a teoria de Newton e o organismo metafórico de Durkheim serão efetivados, devido às reações concretas geradas.