Título da redação:

A promoção da igualdade.

Proposta: A integração social da pessoa com Síndrome de Down

Redação enviada em 23/11/2018

Anomalias cromossômicas sempre foram vistas pela sociedade como um problema de saúde, desconsiderando-se o fato de que, muitas vezes, tais diferenças causam apenas alterações no funcionamento do organismo. Isso ocorre nas pessoas com Síndrome de Down, por exemplo, que possuem alterações fisionômicas e psicológicas que variam de indivíduo para indivíduo, e que mesmo assim não as tornam inaptas ao convívio social. Contudo, percebe-se que ainda não há plena aceitação dessas pessoas à vida comunitária, sobretudo devido ao preconceito existente e à falta de assistência governamental. Outrossim, o atraso do desenvolvimento físico e mental, dos portadores da trissomia do cromossomo 21, faz com que boa parte da população os veja como incapazes de estudar e trabalhar como qualquer outra pessoa. Isso, segundo o antropólogo Roque Laraia, é considerada uma herança cultural de depreciação dos que estão fora do padrão comportamental estabelecido. A partir disso, os indivíduos com essa alteração não desfrutam de uma educação formal adequada, além de não conseguirem trabalhos de qualidade. Assim, percebe-se que a intolerância à diferença possui caráter irracional, uma vez que estabelece a inferioridade de parte significativa da população sem levar em conta que os meios de inserção social dessas pessoas não estão sendo respeitados. Diante disso, fica claro que a segregação nas escolas e no ambiente laboral devem ser combatidas, levando-se em conta o princípio da isonomia, ou seja, de atender às necessidades individuais de acordo com as possibilidades de cada um. Dessa maneira, deve ser amplamente defendido que as pessoas com síndrome, além de terem direitos iguais às ditas normais, também possuem capacidades e talentos que não devem ser rebaixados em nenhuma instituição de ensino ou de trabalho. Esse ideário é defendido pelo filósofo Norberto Bobbio, o qual defende que a igualdade resulta de um processo gradual de eliminação de discriminações. Desse modo, a revisão das políticas inclusivas faz-se necessária, a fim promover maior cidadania. Portanto, a integração da pessoa com Síndrome de Down só ocorrerá com a mudança de mentalidade do povo e da gerência do Governo. Com esse fito, o Estado deve promover campanhas publicitárias, a serem veiculas nas principais emissoras televisivas, que exponham casos reais de superação das desigualdades em diferentes áreas sociais, contando com a colaboração da própria população, com o fim de mostrar que a vida desses indivíduos não deve ser restrita ou desvalorizada. Aos Ministérios da Educação e do Trabalho, cabe o papel de promover a inclusão, definindo a obrigatoriedade de os materiais didáticos e de trabalho possuírem uma linguagem que auxilie essas pessoas no entendimento de conteúdos com mais facilidade, além do treinamento obrigatório de profissionais dos ramos educacionais e de recursos humanos, em cursos gratuítos nas próprias instituições, para lidar com as diferenças. Somente assim o processo de promoção da igualdade será concuído.