Uma sociedade com ampla participação política, como defendia o filósofo Thomas More, é a meta da maioria dos países depois dos períodos ditatoriais vividos na segunda guerra mundial. Entretanto, a internet aprimorou a era da pós-verdade e através de "fake news" esse processo democrático sofre dificuldades, principalmente devido à polarização política na internet que atrapalha os cidadãos e beneficiam alguns desses veículos midiáticos. É notório que, com a necessidade de interagir nas redes sociais, algumas pessoas compartilham informações, sem checar a veracidade destas, para fortalecer seu viés ideológico, o que está garantido no artigo 5° da constituição brasileira, através do direito de livre expressão. Porém, no mesmo artigo, destaca-se a importância da garantia da integridade moral das pessoas, o que pode ser violado ao espalhar uma notícia falsa. Além disso, o número de compartilhamentos que as "fake news" geram, é extremamente rentável aos veículos de comunicação, evidenciando o desinteresse das empresas de notícias em combaterem as mentiras que são espalhadas na internet, corroborando a tese de José Saramago de que numa democracia, pode-se ter atitudes não democraticas, democraticamente. Portanto, medidas são necessárias. O Ministério da Tecnologia (MCTIC) deve apoiar e divulgar sites que fiscalizem a veracidade das notícias que são amplamente difundidas, com o fito de diminuir as "fake news" e tornar o debate político cada vez mais construtivo. Ademais, o poder Legislativo deve criar leis que promovam punições mais severas às pessoas ou empresas que estão se beneficiando com a desinformação da população, só assim o desejo de Thomas More deixará de ser utópico e se tornará realidade.