Durante o final do Segundo Reinado do Brasil, a propagação de notícias falsas entre os militares, como boatos de que o imperador promoveria inimigos do Marechal Deodoro da Fonseca a altos cargos públicos, culminou na alteração da forma de governo e, por conseguinte, garantiu benefícios à elite cafeicultora. De maneira análoga ao episódio histórico, a sociedade brasileira observa a crescente divulgação das "fake news", que, devido ao grande teor de disseminação entre a população e ao poder de convencimento, podem alterar negativamente o cenário político do país, o que legitima o debate acerca da problemática. Em primeiro plano, é importante analisar a capacidade que as "fake news" têm de chegar aos receptores. Sendo assim, vale destacar que, com o advento da internet, as pessoas passaram a ter um maior acesso às tecnologias de comunicação, o que impulsionou a publicação de várias notícias de cunho político. Contudo, apesar desse instrumento ter disponibilizado uma vasta gama de informações, muitos setores do Estado passaram a utilizá-lo de forma a divulgar dados falsos, porém convincentes, no intuito de prejudicar adversários políticos. Dessa maneira, muitos indivíduos começam a compartilhar essas "fake news", o que, segundo o Correio Braziliense, é um fator preocupante, visto que as notícias falsas se espalham 70% mais rápido que as verdadeiras. Logo, vê-se que as "fake news" possuem um alto grau de disseminação. Outrossim, convém salientar que o poder de convencimento de informações capciosas também pode influenciar no cenário político da nação. Isso porque, dentro da ótica do filósofo britânico Francis Bacon, o conhecimento adquirido a partir da interpretação superficial, como é o caso das "fake news", embora aparente ser real, é superficial e leva ao engano. Desse modo, atrelado à rápida assimilação de notícias falsas por parte da população, a habilidade das "fake news" de convencer os leitores de forma concreta pode ocasionar julgamentos errôneos no momento de exercício do voto. Dessarte, verifica-se que o problema necessita de uma reavaliação. Evidencia-se, portanto, que as "fake news" configuram-se como um entrave à estabilidade política do Brasil. Nesse sentido, o Tribunal Superior Eleitoral, em parceria com empresas de comunicação e com o objetivo de atenuar os efeitos de informações falsas no pensamento político da nação, deve promover, nas redes sociais, uma série de fiscalizações, a serem feitas por peritos em informática, que busquem neutralizar a divulgação desse tipo de notícia nos espaços virtuais. Ademais, o Poder Executivo deve estimular a criação de campanhas de caráter injuntivo, divulgadas nos canais de TV, que auxiliem a população a reconhecer possíveis "fake news". Dessa forma, a problemática será atenuada, e a influência desses dados será minimizada.