Getúlio Vargas, com o intuito de instalar uma ditadura no Brasil, fez com que fosse lançado um falso documento, em 1937, contendo um suposto plano para a tomada de poder comunista, o qual ficou conhecido como Plano Cohen. Com isso, o então presidente, visto como salvação contra o comunismo, assegurou sua permanência no poder utilizando-se de “fake news”- notícias falsas publicadas e transmitidas como se fossem informações verdadeiras. Desse modo, é possível afirmar que as “fake news” vêm influenciando na política brasileira há muito tempo e não apenas atualmente, como grande parte das pessoas acredita. Inegavelmente, as “fake news” nos tempos atuais são propagadas com maior facilidade, alcance e rapidez, graças à força apresentada pelas mídias digitais, tendo destaque as redes sociais, como WhatsApp e Facebook, já que hoje a maioria da população brasileira tem acesso a elas. Por outro lado, uma das razões para a grande dimensão tomada pelas “fake news” é a colaboração inconsciente de boa parte dos cidadãos, que repassam as notícias que recebem através das mídias sociais sem verificar sua veracidade, confiando cegamente em tudo que leem na internet. Assim, em pouco tempo tem-se muitos indivíduos acreditando em fatos não verídicos, muitas vezes espalhando ódio sobre atos inexistentes. Ademais, no contexto de eleições há ainda um aumento na divulgação de informações falsas sobre os concorrentes, visando prejudicá-los e confundir os eleitores, manipulando-os a ter preferência por determinado candidato. Dessa forma, é certo que candidatos a cargos políticos serão vítimas das “fake news”, em diferentes intensidades, podendo ser prejudicados ou beneficiados, dependendo do que é dito sobre eles e da proporção alcançada. Nesse sentido, para que no cenário político e social do Brasil seja controlada a epidemia de “fake news”, é necessária a criação, por parte do Legislativo, de uma lei que garanta que todos os sites e redes sociais que disseminem informações tenham uma rede de controle e verificação que cheque os fatos antes de publicá-los. Ainda é preciso que os indivíduos e veículos de comunicação que forem identificados como propagadores de falsas informações sejam multados e tenham acesso controlado à internet por tempo determinado pela Justiça. Dessa maneira, o Brasil terá eleições mais justas, com a população podendo escolher seus representantes a partir de fatos verdadeiros.