No fim do Segundo Reinado, boatos falsos sobre o apoio do Imperador a opositores do Marechal Deodoro da Fonseca contribuíram com o fim do regime monárquico. Da mesma forma, atualmente, as chamadas "fake news" tem se espalhado de maneira expressiva na sociedade, impulsionadas pela internet. Tendo como base a sua rápida disseminação e facilidade de convencimento, seus efeitos influenciam até mesmo o cenário político brasileiro, o que deve ser combatido. Em primeira análise, cumpre salientar que estudos feitos pelo MIT demonstram que as notícias falsas circulam 70% mais rapidamente do que as verdadeiras. Desse modo, muitos se utilizam dessa rápida disseminação para compartilhar textos, fotos e vídeos falsos, com mentiras sobre seus oponentes, tendo em vista que logo chegam a maior parte dos usuários da internet. Tal situação pode ser vista nas eleições estadunidenses, onde mentiras sobre os oponentes de Donald Trump contribuíram com a sua candidatura. Também convém lembrar que na Grécia Antiga, os sofistas eram conhecidos pela disseminação de ideias e pensamentos sem um compromisso com a verdade, tendo como foco o convencimento. De forma análoga, as "fake news" são criadas e articuladas de maneira a alcançar o convencimento imediatamente, o que leva o convencido a compartilhar a informação com outros, gerando uma corrente sem fim e sem controle. O que pode ser visto no atual cenário político brasileiro, onde a todo momento mentiras sobre os candidatos à presidência e seus projetos são compartilhados gerando diversas discussões. Depreende-se, portanto, que a fim de combater a influência das "fake news" no cenário político brasileiro, a Justiça Eleitoral deve criar um órgão responsável pela investigação e denúncia de notícias falsas nos meios midiáticos, trazendo punições aos envolvidos e a redução no número de notícias falsas desde o seu primeiro compartilhamento. Ademais, o Ministério da Educação, em união às escolas e à mídia, por meio de palestras, propagandas televisivas, aulas especiais que ensinem a sociedade a reconhecer as notícias falsas e reduzir a disseminação e o convencimento de tais. Somente assim, a política brasileira não irá sofrer as mesmas consequências e impactos que as notícias falsas causaram no fim do Segundo Reinado e na Grécia Antiga.