A história narrada no livro “1984”, de George Orwell, é baseada em um governo tirânico que tinha controle absoluto sobre os cidadãos e falsificava registros históricos com o intuito de modificar o passado segundo seus interesses. Em analogia à distopia de Orwell, com o aumento do uso das redes sociais no Brasil, as “fake news” passaram a circular de forma intensa, o que pode influenciar inclusive o processo eleitoral do país. No século XXI, a tecnologia alcançou patamares inéditos e propiciou o surgimento de novas formas de comunicação, como as redes sociais. Essa nova maneira de se comunicar ampliou o acesso à informação, entretanto também fragilizou a veracidade desse conteúdo compartilhado instantaneamente na internet. Nesse contexto, o Brasil é classificado como um dos países mais ativos nas redes sociais, assim também o compartilhamento de fake news alcança grande parte da população na qual majoritariamente não sabe identificá-las e que acaba sendo convencida por essas notícias. Outrossim, essas matérias falsas são construídas de maneira estratégica para atingir seu público e geralmente possuem um viés ideológico. Por conseguinte, isso explica o porquê do alto número de acesso das tais no contexto brasileiro: a forte polarização político-ideológica no país. Assim como explica o filósofo Pablo Ortellado, a matéria descrita como fake news é “aquela que aparenta ter sido feita a partir de uma apuração, porém ela é falsa não por erro de apuração, mas pela maneira maliciosa com o qual é feita”. Surge, portanto, a necessidade de medidas para combater a veiculação de tais matérias. Cabe às empresas que comandam as principais redes sociais (facebook, whatsapp, etc) fornecer um serviço aos usuários de checkagem constante de informações e o bloqueio de perfis especializados em fake news para evitar a constante propagação dessas notícias. Além disso, a mídia precisa cumprir o papel de alertar os cidadãos por meio de propagandas didáticas veiculadas pela televisão e internet que ensinem como identificá-las, a fim de conscientizá-los e dessa forma, a distopia de Orwell não se torne realidade.