“Uma mentira pode dar a volta ao mundo enquanto a verdade está calçando os sapatos”. A frase do escritor norte americano Mark Twain demonstra, mesmo que de forma irônica, um dos problemas da sociedade no século XXI: A veiculação de notícias falsas. Desse modo, é notório que as Fake News – termo que designa publicações irreais nas redes socias- afeta negativamente o sistema democrático e político do Brasil. Nesse contexto, é conveniente entender não só as origens, bem como os efeitos da problemática em questão. Em primeiro lugar, a mentira pode ser analisada sob a perspectiva da teria do fato social de Emile Durkheim. Isso porque, de acordo com o sociólogo ela apresenta os três princípios que a define como sendo um fato social. A começar pela Generalidade, tendo em vista que é uma prática universal, além disso ela é exterior, uma vez que é passado por influências vindas de fora do indivíduo, e por fim é coercitiva, ou seja, ela é imposta pelo ser diante de algumas situações e passadas pelas gerações. Sendo assim, tendo conhecimento de que a publicação de notícias falsas é originada da própria sociedade, é de estrema importância que ela seja combatida desde a infância com medidas que acabem com ideia de que a mentira é algo socialmente aceito. Outrossim, desde o surgimento dos fatos não verídicos nas redes sociais há um intenso processo de regressão democrática, principalmente no sistema político. Prova disso está nas inúmeras reportagens retorcidas públicas na internet, a fim de beneficiar ou prejudicar determinado candidato, no qual um representante é eleito não pelas suas propostas, mas pelos escândalos irreais publicados contra seus concorrentes. Logo, tal situação afeta um dos pilares da democracia, a justiça, haja vista que houve fraude no processo de eleição. Dados publicados pela Anarnet - órgão governamental que supervisiona os conteúdos da internet- comprovam tal situação, porquanto nas eleições de 2014 foram registradas mais de 2000 mil publicações falsas nos meios de comunicação. Desse modo, vê-se a importância de erradicar tal prática, a fim de que tal fato não ocorra novamente nas eleições de 2018. Urge, portanto, para que as Fake News não interfiram na política brasileira, a necessidade de medidas que acabem com a circulação de fatos fictícios. Para isso, a longo prazo é importante investir na educação das crianças e adolescentes, por meio de aulas que demonstrem valores como a verdade e a honestidade, tendo como complemento debates e discussões produtivas ministradas pelos professores, fazendo com que no futuro elas se tornem cidadãos conscientes e íntegros. Em consonância é importante que o Governo crie mecanismos que julguem as publicações falsas, principalmente as que afetam a política, utilizando para isso sistemas virtuais que filtrem irregularidades e encaminhem os autores para serem julgados pelo Supremo Tribunal de Justiça, o projeto pode ser realizado com os impostos arrecadados pela Receita Federal. Quem sabe assim, a frase do escritor Mark possa ser reescrita, mas dessa vez com a verdade chegando primeiro.