Na Grécia antiga, os Sofistas, grupo de filósofos atuantes na jovem democracia grega, exerciam sua filosofia nas Ágoras, espaços públicos de tomadas de decisões, sem compromisso em frente da verdade, favorecendo quem lhes era conveniente. Séculos depois, hoje, o cenário político brasileiro enfrenta realidade semelhante com a influência das “fake news”. Dessa forma, são evidentes as consequências nefastas das notícias falsas, que, têm o poder de induzir o posicionamento da população, e, são, hoje, potencializadas por sua impunidade. A priori, recentemente fake news influenciaram as eleições norte-americanas, ilustrando sua interferência política. Nesse cenário, as notícias falsas mostram seu poder de induzir posicionamentos da grande massa, e, remetem imediatamente a psicoanálise do austríaco Sigmund Freud, as pessoas tendem a buscar um viés de confirmação para seus posicionamentos, refletindo diretamente na suscetibilidade da população à fake news. Logo, o cenário político brasileiro, polarizado e inflamado, tornou-se ambiente propício a difusão e aceitação de notícias falsas, contando ainda com o despreparo dos brasileiros que carecem de uma educação digital que lhes auxilie a filtrar as informações que tem acesso. Outrossim, a impunidade da divulgação de fake news esteriotipa a internet como terra sem leis, e, portanto, as potencializa. Nessa perspectiva, consoante o filósofo alemão Michael Foucault, todo discurso possuí intenções e posicionamentos velados, e, dessa forma, as notícias falsas emergem como um malefício intencional e burlador da democracia no cenário político brasileiro. Destarte, enquanto o ambiente virtual conviver com a impunidade sobre as notícias falaciosas, mesmo em frente do poder de influenciar, negativamente, os destinos políticos do país, será um desafio combater esse fenômeno, já que, os responsáveis sentem-se intocáveis. Diante do exposto, é indubitável que as fake news têm influência na política, e, poranto, é crucial combatê-las. De início, é dever do Ministério da Educação incluir a educação digital na base curricular, já que, é uma necessidade do mundo moderno, e, com auxílio da sociedade cívil consciente, utilizar o ambiente virtual com intuito de informar a população acerca das notícias falsas, visando lhes dar autonomia para julgar as informações que acessam. Ademais, é imprescindível que o setor privado invista em agências de fiscalização, como a LUPA, que fiscalizem e denunciem posturas inadequadas na internet, visando mitigar a impunidade, e, só assim, comprometer a informação com a verdade, superando o estigma deixado pelos Sofistas.