É de conhecimento geral que, a partir da Primeira Revolução Industrial- entre os séculos XVIII e XIX-, a Inglaterra inaugurou a produção mecanizada em massa, acentuando a exploração dos recursos provenientes da natureza. No Brasil, hodiernamente, o desenvolvimento sustentável é pouco incentivado, em razão não apenas do modelo agroexportador vigente no país, mas também da herança extrativista conservada na sociedade. Primeiramente, é importante destacar a dependência econômica brasileira das atividades de exportação agrícola, sobretudo de produtos como soja e café. De acordo com a Embrapa, o Brasil é o segundo maior produtor de soja no âmbito mundial, dado que evidencia o enorme investimento do Estado na comercialização de alimentos provenientes da agricultura intensiva- pautada no aumento da produtividade. Nesse viés, observa-se o avanço acelerado do desmatamento de áreas verdes em prol do cultivo em larga escala, com destaque para a Amazônia, que encontra-se gravemente ameaçada pelo agronegócio. Ademais, é crescente a aplicação de agrotóxico nas plantações, o que rompe com a sustentabilidade ambiental ao possibilitar a contaminação dos lençóis freáticos e a destruição de diversas espécies da fauna e da flora. Outrossim, percebe-se que, desde o Período Colonial- com a extração de pau-brasil e, posteriormente, de ouro-, a população brasileira vivencia o uso indiscriminado da terra como fim necessário para o crescimento da economia e para o enriquecimento pessoal. Assim, apesar da discussão acerca dos problemas ambientais e de suas consequências para o bem-estar da humanidade, o desenvolvimento sustentável é desencorajado, na sociedade, em decorrência de uma herança histórica que relaciona o acúmulo de capital à exploração irresponsável da natureza. Dessa forma, os brasileiros não se dedicam o suficiente às ações de preservação, como a coleta seletiva e o investimento em fontes de energia renováveis, corroborando a destruição gradativa do ecossistema brasileiro. Nesse sentido, urge que o Ministério do Meio Ambiente, por intermédio de recursos enviados pelo Governo, atue na criação de projetos de extensão que incluam palestras públicas com especialistas na área de conservação ambiental e campanhas publicitárias de incentivo à agricultura sustentável, de modo que a sociedade tenha acesso à importância da preservação para o desenvolvimento do país. Dessa forma, a fim de que a sustentabilidade seja mais debatida, o crescimento econômico no Brasil poderá acompanhar o cuidado com o Meio Ambiente, diferenciando-se da Inglaterra na Primeira Revolução Industrial.