Segundo o filosofo Bauman, “vivemos em uma modernidade líquida.” Análogo a isso, tem-se as relações entre pais que abandonam afetivamente e financeiramente seus filhos, tendo uma relação tão fluida que pode sumir assim como água pelos vãos dos dedos. Desse modo, é necessário analisar a problemática – que pais negligentes podem causar na vida dos filhos, - a fim de erradica-la. A priori, o exercício da função paterna e materna começa com a assinatura de uma certidão de nascimento. No entanto, infelizmente, para muitos educadores essa função se restringe a trabalhar e prover todas as necessidades financeiras do infante. Entretanto, esse pensamento é problemático, uma vez que, a criança precisa de atenção, pois a infância é o momento em que sua personalidade é formada. Desse modo, uma criança negligenciada pode crescer insegura, mimada e rebelde – fazendo coisas inadequadas na tentativa de chamar atenção dos pais.- Além disso, o menor que não recebeu a devida atenção dos pais, pode ter problemas em seus ciclos sociais e, principalmente, acabar cometendo o mesmo erro com os futuros filhos. A posteriori, outra situação possível, é quando a criança tem um lar estável, entretanto, isso se perde com a separação dos pais. Nesse caso, o menor é forçado a ver um de seus responsáveis sair de casa, porém, o problema é que essa separação acaba sendo dos filhos também, no caso em que quem sai de casa não se importa em manter-se presente na vida do filho. Ademais, além do abandono afetivo, o infante é submetido ao abandono material e além de sentir-se rejeitado, ele é obrigado a cobrar perante a lei, o apoio financeiro que o pai ou a mãe deveria o oferecer pelo simples fato de ser seu progenitor. . Dessarte, tendo em vista a impotência dos laços emocionais, urge que agentes externos garantam os direitos dessas crianças. Desse modo, é necessário que o Poder Judiciário, com sua função de garantir a execução das leis, garanta que sejam punidos os pais que não obedecerem a lei, já existente, que obriga o pagamento de pensão alimentícia. Além disso, é necessário, também, que a justiça aja de forma hábil, para garantir o reparo financeiro, previsto no ECA, pelos danos causados devido ao abandono afetivo. Essas medidas visam fazer os pais entenderem que laços afetivos não podem ser quebrados com a mesma facilidade em que a água corre pelos vãos dos dedos.