O Holocausto Brasileiro consiste em episódios de maus tratos contra doentes mentais que ocorriam em uma clínica em uma cidade no estado de Minas Gerais, no final do século XX. Nesse cenário, a população conhecia muito pouco sobre transtornos psicológicos, possuindo preconceito quanto a esse assunto. Dessa forma, indivíduos que possuíam algum tipo de transtorno eram enviados a clínica em questão, que renegava seus pacientes e os expunham a um local insalubre e tratamentos não aceitos pela comunidade médica da época. Esse evento marcado na história brasileira e, ainda pouco conhecida pela população, demonstra os resultados do preconceito e desconhecimento sobre causas, prevenções e tratamentos de transtornos psíquicos que afetam, atualmente, cerca de 200 milhões de pessoas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Assim, é de suma importância discutir doenças mentais na contemporaneidade para que tal erro não volte a se repetir na sociedade brasileira. Para compreender melhor o assunto em análise, é necessário perceber que a OMS e a ONU, Organização das Nações Unidas, estão constantemente fazendo materiais e conferências para mostrar novos dados, formas de tratamento e debater sobre com os países interessados, como feito, por exemplo, no Plano de Ação Integral de Saúde Mental da OMS, cartilha disponível no site oficial da Organização. Contudo, no Brasil, essas informações são de pouco acesso pela população, pois os materiais feitos não são amplamente divulgados e discutidos pelo Estado, dificultando o entendimento e quebra do preconceito efetivo pela população sobre o assunto. Ainda sobre tal temática, entre os anos de 2002 a 2011, o Estado brasileiro aumentou em 200% o orçamento destinado ao tratamento de doentes mentais, investindo em maior parte em Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), de acordo com o Ministério da Saúde. Embora sejam extremamente necessários por disponibilizar acessivelmente atendimento especializado, por conta da ausência da discussão de tais doenças com a sociedade, as CAPs ainda não atendem 100% da população necessitada, diminuindo a efetividade do plano instalado pelo Governo. Entendendo, então, a extrema importância de se discutir doenças mentais na contemporaneidade, é necessário que medidas governamentais sejam realizadas para que a falta de informação, ignorância e preconceito por parte da sociedade sejam diminuídos. A priori, é indispensável reconhecer a importância da família nesse assunto, pois “A influência dos pais governa a criança”, de acordo com Freud, reconhecido como pai da psicanálise. Para isso, o Governo deve acionar os pais e alunos das escolas e faculdades de esferas públicas e privadas para esclarecer sobre os transtornos mentais, distribuindo as partes mais importantes do documento feito pela OMS. Além disso, o Governo deve criar um projeto de lei que obriga a passar, em TV aberta, documentários sobre saúde mental, como o Holocausto Brasileiro, para prevenir que os erros cometidos não sejam repetidos.