Após o fim segunda Guerra Mundial, deu-se início à denominada "Terceira Revolução Industrial", a qual produziu um grande desenvolvimento tecnológico e trouxe mudanças profundas no meio social e laboral. Nesse contexto, destaca-se a importância de se discutir doenças mentais na contemporaneidade brasileira, haja vista que esses transtornos da psique humana estão intimamente relacionados ao modo de vida acelerado da sociedade atual, tanto no meio social como no trabalho. Destaca-se, portanto, que a velocidade frenética das relações interpessoais e o aumento da subjetividade, na pós-modernidade, têm tornado a população brasileira mais suscetível às enfermidades da psique humana. Isto é, as relações líquidas, definidas por Bauman, não dão o aporte emocional adequado às vicissitudes do ser humano como as relações sólidas. Posto isso, fica evidente que a celeridade do mundo atual enfraquece as relações familiares e as amizades no dia a dia, sendo esse um dos fatores que conduzem ao isolamento social e, consequentemente, à depressão, a qual, segunda dados da Organização mundial da Saúde (OMS), acomete 20% da população mundial em algum estágio da vida e que na pior das hipóteses pode levar ao suicídio. Além disso, um outro fator que tem tido grande relevância na saúde mental dos brasileiros é o ambiente de trabalho. Em consonância com dados do Ministério da Saúde, os transtornos mentais são o terceiro maior motivo de afastamento do trabalho. Assim sendo, é indiscutível que, no Brasil, as cobranças demasiadas, as elevadas cargas horárias, o assédio moral e sexual e as baixas expectativas de crescimento e remuneração têm deixado o trabalhador brasileiro suscetível aos transtornos mentais como ansiedade, estresse e depressão. Dessarte, é indubitável a importância de se discutir doenças mentais na contemporaneidade, bem como combater os motivos propulsores. Desse modo, faz-se mister que os Ministério do Trabalho e da Saúde, em conjunto com as indústrias, realizem estudos voltados a melhoraria da qualidade de vida do trabalhador, como flexibilização do horário de trabalho, campanha de combate ao assédio moral e sexual no ambiente laboral e projetos de valorização do funcionário. Destarte, além de melhorar diretamente a qualidade de vida do funcionário, de forma indireta, melhorará as relações familiares, as quais ficam em cheque quando os pais estão com problemas no trabalho, e reduzirá drasticamente os casos de transtornos mentais na sociedade brasileira.