A Constituição brasileira, de 1988, prevê a defesa dos direitos: civis, políticos, sociais e humanos. Contudo, apesar de ser conhecida como “Constituição Cidadã”, muitos cidadãos brasileiros não possuem seus direitos respeitados na prática. Os homossexuais vivem a constante luta pelos direitos que lhe são garantidos na Constituição, mas que lhe são negados pela sociedade. O resguardo aos direitos do grupo L.G.B.T.S. e a superação dos preconceitos: eis um desafio à sociedade brasileira. É necessário apontar, antes de tudo, a relação entre a democracia brasileira e a garantia dos direitos aos homossexuais. Segundo Aristóteles “devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida de sua desigualdade”. Sendo assim necessário que o Estado defenda e inclua as minorias representativas para que haja uma democracia plena. Logo, os gays possuem seus direitos legitimados pelos quatro pilares da democracia: igualdade, liberdade equidade e justiça. Por isso, mensagens de ódio e ações degradantes direcionadas aos homossexuais, devido a sua escolha homoafetiva ou devido a sua imagem, são crimes, que inclusive, são enquadrados como homofobia. Convém analisar, também, as ações preconceituosas de uma parte da sociedade brasileira. Os excessos de violência na tevê aberta, a elevada sexualidade presente nas novelas e o constante apelo ao consumo são fatores presentes na televisão brasileira. Entretanto, a campanha do dia dos namorados realizada pela marca O Boticário foi o que “chocou” a audiência. O comercial demostra a troca de presentes entre casais homoafetivos e de casais heteroafetivos. Isto foi o suficiente para inflar a crítica, de uma parte do público, que vociferou comentários intolerantes nas redes sociais. Fica claro, afinal, a intolerância praticada por uma parcela da sociedade, que não admite nem se quer assistir a uma troca de presentes por pessoas do mesmo sexo. Fica evidente, portanto, que ações preconceituosas contra o grupo L.G.B.T.S. devem ser vistas como um desrespeito às individualidades humanas e, sobretudo, um desrespeito à democracia brasileira. Para reverter este quadro de preconceitos será necessário, a curto prazo, que a mídia utilize do seu papel social e passe a inserir o público homossexual nos meios de comunicação, seja em propagandas, em novelas ou na participação em jornais. Assim garantindo-lhes representação do nos espaços de debate público. Também é de suma importância, a longo prazo, a participação das famílias e das escolas oferecendo o diálogo e palestras, respectivamente, sobre a tolerância sexual e sobre a disseminação do respeito mútuo. Assim sendo, o Brasil estará mais próximo de garantir a plenitude da democracia.