A Lei Áurea de 1988 é considerada o marco do fim da escravidão no Brasil. Entretanto, é ilusório pensar que o trabalho escravo realmente foi extinto. Este modo de produção está tão enraizado culturalmente que consegue acompanhar os avanços contemporâneos mantendo as características essenciais e promover uma barreira gigantesca rumo ao progresso da humanidade. Em um primeiro momento, deve-se discutir acerca dos fatores responsáveis pela manutenção da escravidão , como o pensamento meritocrático. Segundo o sociólogo Karl Marx, ideologias são falsas ideias usadas pela classe dominante para alienar o proletariado. Desse modo, a meritocracia pode ser entendida como uma ideologia que justifica o trabalho análogo à escravidão. Se o trabalhador está em uma posição indesejada é porque o próprio não se esforçou o suficiente para melhorar de vida. Essa visão de mundo coloca a maioria da população numa posição que negligencia o problema e não dá o apoio necessário para solucioná-lo. Em segundo lugar, sabe-se que o trabalho escravo é um grande empecilho do desenvolvimento brasileiro. O empregado, ao ficar submetido a condições exaustivas, não apresenta condições físicas e psicológicas para produzir com qualidade e muito menos para melhorar seu desempenho, resultando no mau funcionamento da economia. Além disso, com a renda per capita extremamente baixa, os índices de pobreza no Brasil continuam altos e refletem para o mundo que o país está estabilizado no subdesenvolvimento. Portanto, fica claro que existe escravidão na contemporaneidade e que precisa ser solucionada. Primeiramente, as pessoas podem se envolver mais com a questão, boicotando as empresas que já foram ou estão relacionadas com algum caso de trabalho escravo. Ainda, o governo deve aumentar a fiscalização dos ambientes de trabalho e intensificar a rigidez das políticas públicas, tendo em vista defender os direitos humanos acima de qualquer outro valor .