Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os aliados realizaram a criação da ONU com o objetivo de conter as atrocidades do homem moderno. Esse organismo em 1948 promulgou ao mundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos a fim de garantir a dignidade humana. Todavia, hoje, alguns indivíduos, como os escravos contemporâneos, não usufruem da diretrizes desse documento na prática. Nesse contexto, a manutenção do trabalho escravo no Brasil é prejudicial a formação do cidadão e, consequentemente, do país. Em primeiro plano, persistência dessa prática contraria o ideal de democracia vigente. A Constituição Federal de 1988- norma de maior jurisdição do país- assegura ao Brasil a modalidade de Estado Democrático de Direito que é constituído em seus pilares por liberdade, igualdade, justiça e equidade. Nesse sentido, a existência do trabalho com longas jornadas e baixas remunerações, impulsionado pela ideia capitalista de obter lucros, fere o conceito de cidadania desses trabalhadores. Diante disso, a fiscalização do trabalho se faz necessária. Em segundo lugar, esse sistema é um empecilho para o indivíduo crescer em comunidade. Conforme Paulo Freire- educador brasileiro- "Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda". Ou seja, o cidadão que encontra-se em condições precárias no trabalho torna-se refém, visto que seus ganhos são apenas para sua sobrevivência, e impossibilita investimentos na sua qualificação profissional. Dessa forma, devemos priorizar a melhor área para o Brasil atingir o patamar de país desenvolvido segundo Paulo Freire: a educação. Urge, portanto, que cabe ao Ministério do Trabalho através da mídia a divulgação das classificações que caracteriza a escravidão contemporânea. Ademais, o Ministério da Educação deve promover a expansão de cursos técnicos a fim de garantir a melhora nos currículos desses trabalhadores. Dessa maneira, a dignidade proposta pela ONU ficará mais próxima da realidade.