Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: A Escravidão contemporânea e seus Efeitos no Brasil

Redação enviada em 31/01/2018

Em 1888, a princesa Isabel, que ocupara transitoriamente o cargo de seu pai, o imperador Dom Pedro II, assinou a Lei Áurea, que pretendia por fim ao trabalho escravo, um dos pilares econômicos e socias do Brasil por mais de 300 anos. Entretanto, 130 anos após a assinatura da referida lei, o trabalho escravo ainda se faz presente no país. Para a construção dessa problemática, colaboram fatores de naturezas políticas e sociais. Primeiramente, cabe ressaltar que, na atualidade, predomina no campo brasileiro um contraste entre uma agricultura moderna, resultante da inserção do mercado financeiro no agronegócio e exigente de uma mão de obra extremamente qualificada, e uma agricultura arcaica, que, utilizando um método de produção ultrapassado, recorre ao instituto do trabalho escravo para garantir uma maior lucratividade. Essa contradição encobre a realidade das relações trabalhistas no campo, e impede uma vigilância ativa por parte da sociedade. Ademais, de acordo com o sociólogo brasileiro Darcy Gonçalves, o subdesenvolvimento social vigente no país é um projeto político das elites econômicas. Seguindo tal linha de raciocínio, é esclarecedor o fato de a mídia nacional noticiar que grandes empresários do setor agroindustrial utilizam de seu poder econômico para influenciar representantes do poder legislativo a aprovar medidas que reduzam o poder de fiscalização dos órgãos de combate ao trabalho escravo. Disso decorre que, com a ausência de uma repressão eficiente, o trabalho escravo ainda se faz presente nos campos nacionais, perpetuando um legado social devastador e que envergonha o Brasil perante a comunidade internacional. À mídia, cabe um papel ativo na salvaguarda dos direitos sociais do povo brasileiro, através da divulgação de reportagens que explicitem o que o dramaturgo Ariano Suassuana denomina "Brasil real", caracterizado por injustiças sociais invisíveis. Aos movimentos sociais, representantes da sociedade civil organizada, cabe a reivindicação de uma reforma política, com o fito de minimizar a influência do capital econômico na escolha dos representantes do Poder legistativo. Dessa forma, os efeitos da Lei Áurea serão, enfim, extensíveis a todos os brasileiros.