O documentário « The True Cost », exibido pela Netflix,mostra a vida de trabalhadores que, em regime análogo à escravidão e ganhando o correspondente a dois dólares por dia, produzem roupas para uma fábrica. Hoje, no Brasil, tendo em vista dados da Fundação Walk Free que indicam que o Brasil possui cerca de 162 mil pessoas na condição de escravidão, a realidade demonstrada no documentário aproxima-se do cenário nacional. Nesse contexto, é mister as consequências desse quadro a fim de combatê-las. Em primeiro plano, é fundamental pontuar que, para Karl Marx, a economia é um fator determinante para as relações sociais. Prova disso são as estatísticas divulgadas pelo portal das Nações Unidas no Brasil indicando que mais de 90% dos trabalhadores salvos do regime de escravidão eram oriundos dos municípios mais pobres. Dentro dessa lógica, como efeito direto da exploração dos trabalhadores, está o declínio ainda maior da qualidade de vida e, em associação a isso, a ocorrência de patologias associadas à exaustão devido às atividades laborais intensas. Desse modo, a visão do pensador alemão prova-se coerente com a problemática discutida à medida que é possível observar as pessoas financeiramente carentes submetidas aos abusivos dos detentores dos meios de produção. Além disso, é importante destacar que a fiscalização contra casos de trabalho escravo é deficiente. Por esse prisma, de acordo com uma notícia divulgada pelo website O Globo, em 2017 programas governamentais que buscavam investigar os casos de escravidão passaram a receber menos investimentos e, com isso, tiveram seu andamento comprometido. Destarte, tal quadro de exploração tende a persistir no país verde e amarelo. Assim, portanto, medidas que visem lutar contra o quadro discutido são urgentes. Com esse fim, as ONGs, a partir de capital provenientes dos setores públicos e privados, devem criar, nas comunidades mais carentes da cidade, centros atendimento e ouvidoria para, fazendo uso de funcionários voluntários, esclarecer os residentes locais quanto a importância da denúncia e, por conseguinte, estimular tal ato. Em conjunto a isso, o Ministério Público Federal, por meio da mídia, deve criar e divulgar campanhas que visem incentivar a população a notificar os órgãos públicos em casos de suspeita de trabalho escravo. Logo, paulatinamente, a realidade descrita no documentário apresentado será combatida no Brasil.