A Lei Áurea, sancionada em 13 de maio de 1888, aboliu ,formalmente, o trabalho escravo no Brasil. No entanto, o que se percebe na sociedade brasileira contemporânea é a permanência de tal chaga social constituída de novas facetas. Dentre o principais motivos para a persistência da problemática, destacam-se a impunidade e o ínfimo grau de escolaridade. A priori, é notório que a falta de justiça é um fator para a continuidade do trabalho escravo moderno no país. Isso decorre, lamentavelmente, da presença de brechas na legislação que, muitas vezes, pela flexibilidade, isenta de punição plena vários empregadores, como aponta o levantamento da CTP ( Comissão Pastoral da Terra ), em que de 1997 à 2016, 2500 patrões foram flagrados cometendo o crime, no entanto, nenhum cumpriu a pena até o fim. Tal fato rompe com o conceito aristotélico de justiça, na qual equivale-se a um disposição de caráter ou virtude que molda o comportamento humano. Além disso, nota-se, ainda, que o pequeno grau de escolaridade contribui para a permanência da epidemia social. Isso acontece, infelizmente, porque muitas pessoas pela ausência de um formação acadêmica elevada desconhecem os direitos garantidos na CLT ( Consolidação das Leis do Trabalho ). Tal situação é confirmada pela ONG Repórter Brasil, em que muitos dos trabalhadores resgatados são analfabetos ou tem baixa educação formal. Dessa forma, a cidadania plena de tais indivíduos fica, seriamente, comprometida. Infere-se, portanto, que a adoção de medidas capazes de combater o trabelho escravo hodierno torna-se imprescindível. Faz-se necessário que o Poder Legislativo, elabore uma Emenda Constitucional, de caráter emergencial, composta por leis inflexíveis, direcionada a patrões contraventores , com o escopo de erradicar as impunidades. Ademais, o Ministério do Trabalho, em consonância com mídia televisiva, deve criar um projeto social, composto por advogados e lideres comunitários, destinado aos trabalhadores resgatados, com a pretensão de conscientizar acerca de seus direitos e deveres trabalhistas. Somente assim a abolição da escravidão moderna se materializará de forma cabal.