O trabalho escravo data das mais antigas civilizações até a sociedade atual, carregando consigo o sofrimento imensurável de suas vítimas. A escravidão teve seu auge no Brasil durante a colonização e seu fim legal perante a lei áurea, em 1888. No entanto, a mesma não deixou de existir onde há pouca ou nenhuma fiscalização, fato que tem se agravado frente a redução de fundos para operações de busca e combate ao trabalho escravo, realizada à partir de 2009. A promulgação da lei áurea foi fator decisivo para instalação da república no país, visto que tal lei gerou incontentamento em grande parte da elite agrária, que passou a apoiar movimentos contra a monarquia e após o golpe de 1889 agiu rapidamente para recuperar seu poder e influência, levando representantes de seus interesses a presidência, para que medidas protecionistas fossem tomadas e consequentemente, recuperar, parcialmente, o lucro obtido através do trabalho escravo, reforçando que o escravo foi e ainda é considerado uma ferramenta para atingir um objetivo, isto é, maximizar seus lucros mesmo que isso signifique retirar a liberdade e a dignidade de muitos outros indivíduos. Assim, a escravidão ilegal não deixou de existir e se expande diariamente na conjuntura atual, uma vez que o governo mostrou um forte tendência a reduzir a receita e a fiscalização de casos de trabalho escravo no Brasil, revelando um real descaso com a população como um todo, mas principalmente com as vítimas, que na maioria das vezes é atraída por uma oportunidade de emprego, e é obrigada a ali permanecer por meio de ameaças e do confisco de seus documentos. Visto isso, é inquestionável a responsabilidade que recai sobre o Governo Federal, que poderia solucionar o problema por meio do aumento de investimentos, como já feito nos anos anteriores a 2008, que bateram recordes de resgate de trabalhadores no país, provando a eficácia das operações desenvolvidas e que foram deixadas sem perspectiva, por não contarem com a verba necessária.