No Brasil, o trabalho escravo está presente em atividades como a pecuária, a produção de carvão, o cultivo de cana-de-açúcar, a indústria têxtil e a construção civil. Nesse ínterim, mais de 47 mil pessoas já foram resgatadas do trabalho análogo ao escravo, contudo, as medidas para romper esse ciclo não são eficazes. É sabido que os desempregados aceitam sair das cidades com a intenção de sustentarem suas famílias com a sua força braçal. Para isso, são enviados os chamados "gatos" os quais realizam um tipo de recrutamento entre os indivíduos e prometem boas condições de moradia, salário e alimentação. Então, quando os homens, mulheres e crianças são levados para os locais de trabalho encontram-se em situação de dívida com o patrão, pelo transporte, alojamento e comida -em situações precárias- que lhes foram concedidos. Logo, a escravidão por dívidas e a necessidade de emprego alimentam esse ciclo. Por outro lado, a escravidão contemporânea também está presente no meio urbano como, por exemplo, na indústria têxtil. Em síntese, as grandes marcas, com o intuito de reduzir o preço, contratam pequenas oficinas de costura cujo leito de funcionários é composto por estrangeiros refugiados no Brasil. Dessa maneira, os costureiros cumprem horas exaustivas de trabalhos, sem garantia dos direitos básicos e, permanecem no quadro de ilegalidade no país, enquanto isso, as engrenagens da moda brasileira são giradas. Aliás, os consumidores são incapazes de pensar em quem fez a roupa que vestem. Ademais , desinteresse do governo Michel Temer por essa problemática atrasou - e muito- o progresso dos resgastes e investigações de trabalho análogo ao escravo. Isso pode ser denotado pela pesquisa do INESC (Instituto de Estudos Socioeconômicos) que apresentou o declínio das operações e gastos no combate a esse crime. Além disso, a nova portaria efetivada pela presidência foi tomada como retrocesso por parte do legislativo, haja vista, a alteração do conceito que desfavoreceu ainda mais os trabalhadores. Infere-se, portanto, para superar os efeitos da escravidão contemporânea no Brasil, cabe ao Governo Federal designar verba ao órgão Ação Integrada, com o intuito de acompanhar e orientar os trabalhadores resgatados por meio das operações governamentais, além de elevar o nível de escolaridade desses indivíduos com o acesso às escolas e a qualificação profissional que pode ser promovida por cursos lecionados em ONG's. Somente assim, os trabalhadores não retornarão à situação anterior, terão condições dignas para exercerem suas profissões e o ciclo de trabalho análogo à escravidão será interrompido.