A abolição da escravatura, no Brasil, de modo oficial, aconteceu no ano de 1888. No entanto, sua permanência é constante na sociedade contemporânea e suas características foram modernizadas ao passar dos séculos. Ademais, as condições insalubres de trabalho são permanentes, na atualidade, pelo deficit do Estado e as heranças sociólogas. Primordialmente, Getúlio Vargas, na década de 40, instituiu a CLT-Consolidação Legislativa do Trabalho- e, com isso, criou direitos e deveres voltados para o setor trabalhista. Entretanto, essa medida legal não é respeitada por empregadores, já que indivíduos são empregados e mantidos em circunstâncias que vão contra a lei e, mesmo assim, não há fiscalização governamental. Segundo o Ministério do Trabalho, cerca de 2 milhões de trabalhadores estão condições ilegais, logo, mostra a ineficácia do Poder Judiciário de manter as normas de Vargas em prática. Além disso, Karl Marx disserta sobre a classe trabalhista que aceita a exploração pela necessidade de sobrevivência, chamado de Exército de Reserva. Esse fator, somado com o individualismo moderno-descrito por Zygmunt Buman-, potencializa os problemas vividos pelos trabalhadores brasileiros contemporâneos: a má conduta dos patrões. E, a crise econômica, que o país enfrenta desde 2014, aumentou a quantidade de pessoas que se inclui na classe falada por Marx e, desse modo, as condições de trabalhado, pagamento, disponibilidade e carga horária ficam mais abusivas, dado que os empregadores possuem a percepção da atual situação do país. Em suma, a escravidão contemporânea é fruto da displicência governamental e as motivações sociológicas persistentes. Portanto, é necessário que o Poder Judiciário, em junção com a Polícia Federal, exerçam a plena praticidade da CLT, a fim de minimizar as problemáticas nesse ramo, para isso, é indiscutível que faça inspeções em empresas brasileiras e puna os infratores. Simultaneamente, é preciso que o Ministério do Trabalho faça alianças com o MERCOSUL-bloco econômico que o Brasil está incluso- e instale, de forma análoga nas regiões do Brasil, multinacionais, para que haja maior incidência de empregabilidade e reduza, assim, os indivíduos explorados por aceitação. Só assim, deixará de ser utópico a perpetuação da abolição escravista oficial brasileira.