Por mais que o Brasil tenha conquistado reconhecimento internacional relacionado ao combate à exploração do trabalhador de forma análoga à escravidão, os investimentos desse em ações que têm como intuito a fiscalização das condições de trabalho fornecidas por grandes empresas e latifundiários está diminuindo gradativamente, e a mudança do conceito de trabalho escravo anunciada pelo Governo a partir de uma Portaria dificulta a erradicação desse problema. Ainda que ocorra com maior frequência nas áreas centrais do país, onde existe o processo de expansão da agricultura, o trabalho análogo à escravidão está presente em todo o Brasil, com grande destaque para a indústria têxtil nos centros urbanos, que impõe condições precárias aos operários para que seja possível o barateamento dos preços e o aumento da competição com o mercado internacional. A nova Portaria anunciada pelo Governo do Estado, onde a existência de condições degradantes de trabalho não se caracteriza mais como trabalho análogo à escravidão, e sim “exploração ilegal”, e a gradual diminuição dos investimentos em fiscalização tornam esses empregados desprotegidos, e com a permanência da exploração da mão de obra, a maior parte do desenvolvimento econômico passa a se relacionar aos grandes fazendeiros e empresários, agravando a situação social existente no país, onde a riqueza é concentrada em uma minoria, e sem intervenção governamental, causa um grande aumento da vulnerabilidade dos trabalhadores. Dessa forma, se torna necessário manter elevado os investimentos nos projetos que visem o combate à “exploração ilegal” e ao trabalho escravo, com grande ênfase principalmente em momentos de recessão do país, onde a baixa empregabilidade torna o Brasil suscetível ao aumento na frequência das denúncias.