Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A eficácia das ações de combate ao mosquito Aedes aegypti

Redação enviada em 28/10/2016

Brás Cubas, o defunto-autor de Machado de Assis, diz em suas “Memórias Póstumas” que não teve filhos e não transmitiu a nenhuma criatura o legado da miséria humana. Talvez hoje percebesse acertada sua decisão: a postura de descaso das pessoas no combate ao mosquito Aedes Aegypti, transmissor de diversas arboviroses, é uma das faces mais perversas de uma sociedade individualista e despreocupada. Reverter esse quadro e aumentar a eficácia das ações de combate ao vetor – eis o desafio de país que tem um sistema de saúde público de pouca qualidade. É preciso analisar, primeiramente, a influência de ações conscientizadoras de combate ao Aedes Aegypti. Segundo o sociólogo francês Émile Durkheim, uma sociedade capitalista é, por natureza, dotada de um fato patológico que prejudica o cenário social e massifica o individualismo. Ora, as medidas de combate ao vetor da dengue ainda não são eficazes pelo fato de não terem conseguido a promoção de uma conscientização coletiva sobre o problema. A mídia veicula, diariamente, conflitos entre pessoas nos quais há um cidadão que não evita a água parada em seu lote vago ou em sua casa. Logo, uma ação coletiva de uma comunidade consciente é que produziria resultados positivos no combate ao Aedes Aegypti. Além da questão do coletivismo social, é importante que seja discutida, também, a eficácia do uso de produtos químicos em moradias e lotes vagos. Existem muitos estudos direcionados à produção de combatentes químicos do Aedes Aegypti. No entanto, autoridades e pesquisadores parecem se esquecer que o sudeste, cuja incidência de dengue corresponde a cerca de 60% dos casos nacionais segundo o Ministério da Saúde, tem uma alta média de chuvas nos ciclos anuais. Ou seja, sempre terão que ser desenvolver produtos tóxicos para serem aplicados em áreas endêmicas, sendo que o problema não será solucionado. Portanto, é necessário que as linhas de pesquisa sejam direcionadas a outra vertente mais eficaz, pois em todas as épocas de chuvas a incidência de arboviroses como a dengue aumenta na população. Enfim, é evidente que os sistemas de combate ao mosquito vetor da febre da Zika ainda não atingiram a eficácia esperada. Para resolver esse problema, as universidades e pesquisadores da biologia e da genética, poderiam direcionar investimentos e atenção a pesquisas de organismos geneticamente modificados, que, pela alteração do código genético do mosquito Aedes Aegypti, provocariam uma falha no sistema de reprodução da espécie. Ademais, a mídia deve cumprir sua função social e, através da contratação de estagiários de publicidade com bolsas de incentivo remuneradas, criar campanhas de conscientização, evidenciando as consequências para a saúde pública da população da grande ocorrência das arboviroses. Assim, o Brasil e sua população pode ter um futuro do qual Brás Cubas pudesse se orgulhar.