Espalhado pela América Latina, Sudeste Asiático e Ilhas do Pacífico, o “recente” vírus Zika (transmitido pelo Aedes Aegypt) revelou não só a ineficácia em combater o mosquito em território nacional, como também a crise da saúde pública brasileira. Nesse contexto, se torna evidente que as medidas de governantes e autoridades em limitar a atuação do vetor e amparar enfermos não são prioridades em suas gestões. Embora o Margaret Chan, diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), tenha visitado o país em 2016 para averiguar a situação, muitos governantes insistem em não priorizar os gastos com a saúde pública nacional. Tal situação fica revelada, por exemplo, quando no interior do Ceará, agentes de endemias estão em greve por má remuneração, falta de equipamentos e sem transporte, dificultando assim o trabalho de grande importância para que evite novos casos de doenças. A gestão do Ministério da Saúde (MS), diante desse problema de proporções continentais, está muito a quem do desejável, apesar de o ministro afirmar reiteradamente está prestando tudo que é preciso para os afetados. Nessa conjuntura, uma situação contraditória repercutiu na esfera médica e científica, uma vez que o ministro da saúde recusou o pedido do médico Salmo Raskin (presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Genética) de acompanhar bebês com microcefalia. Mediante os fatos fica claro a necessidade de uma verdadeira e empenhada atuação governamental. O Ministério da Saúde juntamente com o Ministério de Ciência e Tecnologia e o Instituto Oswaldo Cruz devem formar uma força tarefa de médicos, biomédicos e geneticistas para elaborarem vacinas para doenças transmitidas pelo Aedes Aegypt. Além disso, é necessário que o governo federal disponibilize verba não só para síntese das vacinas, como também para os gastos com agentes de endemias e possíveis campanhas, pois só assim a nação brasileira poderá enfrentar esse vetor.