Título da redação:

Por um Brasil mais solidário

Proposta: A doação de órgãos no Brasil e seus principais desafios

Redação enviada em 14/08/2017

Em 1964 o Brasil presenciou o primeiro transplante renal, feito entre dois irmãos gêmeos. A princípio, esse acontecimento demonstrou que nos anos seguintes haveria grande progresso nessa área, porém, nos dias atuais, ainda é pequeno o número de doadores quando comparado à numerosa população do país. Embora o crescimento do número de transplantes ter sido de 6% entre 2012 e 2013, segundo a ABTO, 47% das famílias ainda resistem na doação de órgãos de parentes já falecidos. Isso evidencia que ainda há muito a ser feito para que haja diminuição significativa de pacientes nas filas de espera. É evidente que o fato de o transplante de órgãos ser um desafio para o Brasil está ligado à uma questão cultural do país. Segundo o sociólogo Bentinho, uma nação muda por meio da cultura. Sob esse viés, mudanças quantitativas de pacientes nas filas de espera são impelidas pela permanência de uma cultura que não doa. Visto que, há grande falta de informação acerca das doações, sua importância, seus trâmites e que ela pode ser realizada quando há diagnostico de morte encefálica. Por conseguinte, por não dominar o assunto, parcela considerável da população não adota tal prática e não se vê progresso significativo no número de doações. Ademais, a falta de suporte verificada nos estados mais isolados do Brasil também acentua a problemática apresentada. Em Roraima, apenas em 2015 começou a ser realizado tal ato, segundo o coordenador de transplantes local, enquanto São Paulo iniciou isso ainda no século XX. Esse fato ocorre haja vista a falta de uma interligação eficiente entre as regiões do Brasil, mesmo sendo uma boa dinamização algo necessário para que sejam enviados capital e profissionais a locais carentes dos mesmos. Com efeito, não há boa estrutura em diversas cidades, o que ocasiona na realocação de pacientes para áreas onde isso está presente, saturando ainda mais as filas de espera. Desse modo, percebe-se que a problemática das doações no Brasil possui raízes culturais e estruturais. Infere-se, portanto, a necessidade de medidas que contornem isso, como a construção de mais rodovias que interliguem as regiões mais isoladas com as menos, protagonizada pelo Ministério dos Transportes, visando uma maior dinamização de recursos. Outrossim, MEC poderia incluir no currículo escolar o debate desse tema, a fim de manter informados jovens e crianças, desde cedo, acerca da importância do transplante. Assim, será possível mobilizar diversos brasileiros a praticarem esse ato de solidariedade, salvando, por fim, milhares de vidas.