A doação de órgãos, um ato que ajuda a salvar vidas, ainda que muito importante, é um grande desafio no Brasil. Nesse sentido, em um país no qual é tabu falar sobre a morte, torna-se mais complicado ainda falar sobre doação de órgãos. Dentro disso, a falta de discussão sobre esse assunto, na sociedade e nas famílias, é responsável pelo grande número de doações em potencial negadas. A priori, a falta de debate sobre a doação de órgãos é a principal responsável pelo baixo número de doações efetivas. Muitas famílias não sabem o posicionamento do possível doador, uma vez que este não é um tema presente nas discussões familiares. Além disso, é pouco conhecido como ocorre a doação, o que causa aversão às famílias na hora de decidir o futuro dos órgãos daquele que até poucos minutos estava vivo e criava expectativas de melhora de em seus familiares. Por conseguinte, segundo a ABTO, 52% das famílias de doadores em potencial não autorizam a doação. Sendo assim, órgãos que poderiam salvar vidas são enterrados sem valor algum àquele que os carrega. Dessa forma, é possível observar que as famílias não reconhecem a real importância da doação de órgãos. Aliás, os familiares não sabem que após a morte encefálica o paciente ainda pode salvar a vida de pelo menos cinco pessoas. É essencial, portanto, que se fale sobre a doação de órgãos e que se for vontade ser doador é vital que isso venha ao conhecimento da família, facilitando a decisão em um possível caso de doação. Outrossim, o Ministério da Saúde, associado aos meios midiáticos, deve criar campanhas e debates que que mostrem a importância da doação de órgãos, fomentando a discussão na sociedade e trazendo assim mais conhecimento sobre o assunto. Destarte, aumentando o número de doadores efetivos, em virtude disso, aumentando também o número de vidas salvas.