O Brasil é dono do maior sistema público de transplantes do mundo e é o segundo maior realizador desse procedimento.Entretanto,o número de intervenções cirúrgicas realizadas é abaixo do esperado.Isso ocorre devido aos desafios encontrados para a doação de orgãos e tecidos,os quais variam da recusa familiar à questões burocráticas.A consequência desses empecilhos é o crescimento da fila de transplantes,a qual conta com mais de 70.000 pessoas de acordo com a Associação Brasileira de Transplantes de Orgãos (ABTO). O maior desafio encontrado no Brasil para a doação de orgãos e tecidos é a recusa familiar,a qual aumentou de 41% em 2012 para 47% em 2013,de acordo com ABTO.A família justifica a recusa alegando a falta de conhecimento sobre o desejo de doar do paciente,e isso normalmente acontece pela falta de comunicação entre os familiares próximos.Portanto,é imprescindível a existência de diálogos que elucidem esse vontade,para que não ocorra questionamento posteriores. Por mais que o Brasil possua excelentes estruturas e unidades de transplantes,eles sofrem pela má distribuição,ou seja,há uma discrepância entre as regiões brasileiras.Isso prejudica o crescimento das doações e o acesso à elas.Outro contratempo da doação é a burocracia do processo,como destacou Heder Murori,coordenador do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde.A legislação brasileira exige o laudo de dois neurologistas para atestar casos de morte encefálica (quadro que abre caminho para a doação de orgãos do paciente),o qual retarda um processo que precisa correr contra o tempo. Entende-se,portanto,que é essencial a adoção de medidas que colaborem para o aumento das doações de orgãos e tecidos no Brasil.Inicialmente,é necessário esclarecer as dúvidas da população sobre o procedimento,por meio de palestras incentivadas pelo Governo Federal e pelo Ministério da Saúde.Além disso,informar sobre a importância de ser um doador é indispensável,pois conscientizar a sociedade é um dos passos mais importantes.Posteriormente, é preciso estimular os diálogos sobre o desejo de se tornar um doador,visto que somente dessa forma a família saberá como agir no momento de necessidade.Outra medida, seria atenuar a legislação brasileira em relação aos processos de doação,com a finalidade de agilizar o procedimento.Somente assim,os desafios serão vencidos e o Brasil caminhará para uma diminuição nas filas de transplantes.