Título da redação:

Doe o que já foi seu e faça parte (do outro).

Tema de redação: A doação de órgãos no Brasil e seus principais desafios

Redação enviada em 09/11/2017

É inegável que a doação de órgãos ainda pode ser considerada um tabu em meio a sociedade brasileira, assunto esse que envolve mais do que só a medicina, mas também sentimentos, crença e relação familiar. No Brasil, é necessária a autorização dos familiares para que haja a doação, o que vem impedindo o aumento no número de doações. No ano de 2015, o país bateu o recorde no número de doações. Além disso, é reconhecido como o maior sistema público de doação de órgãos, apresentando 90% dos transplantes realizados pelo SUS e apresentou aumento no investimento em imunossupressores no ano de 2016, dados divulgados pelo Ministério da Saúde. Apesar desses grandes feitos, ainda enfrenta carência nas doações, considerando o grande número na fila de espera. Órgãos como coração e fígado ainda tem demanda muito maior que sua disponibilidade. Ainda convém lembrar que, de acordo com a legislação do país, somente familiares podem autorizar a doação após a morte encefálica. O grande problema está no tabu criado em cima dessa questão que, em vez de ser vista pelo que é de fato, um ato de amor que salva vidas, é considerado por muitos como desrespeito com o corpo daquele que seria um possível doador, visão ainda difundida por muitas religiões e que prejudica essa ação que pode mudar toda história da vida de alguém na fila de espera. Em face a essa realidade, resta aos profissionais na área de saúde, como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e outros, otimizarem as notificações aos familiares ao se deparar com um caso de iminente morte encefálica. Com uma melhor notificação feita por esses profissionais, abordando a questão e expondo a nobreza do ato, familiares são mais suscetíveis a aceitar a doação e, assim, solucionarão os problemas de pessoas que tanto esperam por mais uma chance de viver.