No meio do caminho tinha uma pedra. Essa frase, retirada do poema de Carlos Drummond de Andrade, retrata os problemas encontrados na sociedade. Dessa forma, é possível observar que a doação de órgãos enfrenta vários desafios no Brasil. Os principais dilemas são: falta de informação e aceitação familiar. Primeiramente, destaca-se a falta de informação como impulsionador do problema. De acordo com Platão, no mito da caverna, mostra que nossa consciência nem sempre consegue ver o mundo em suas reais complexidades. De maneira análoga, é possível perceber que muitas pessoas deixam de doar seus órgãos por desconhecerem que um indivíduo pode ajudar a salvar mais de vinte vidas. Outro ponto que merece atenção está relacionada à aceitação da família. Segundo o filósofo e psicólogo alemão Kurt Lewin, o comportamento do ser humano é consequência de uma junção entre características pessoais e interferência do ambiente. Seguindo essa linha de raciocínio, observa-se que a carência de doadores de órgãos está relacionado ao medo e a falta de conhecimento, por parte da família, sobre saber o desejo do ente falecido em doar seus órgãos e por desconhecer acaba optando por não doá-los. Parafraseando Drummond, para que se retire as pedras do meio do caminho, destarte, são necessárias ações para mudar esse cenário. É necessário que o Governo Federal promova campanhas de sensibilização para doação de órgãos por meio de propagandas publicitárias que informem à sociedade sobre a importância e seus benefícios. Ademais, é essencial as famílias dialogarem sobre esse assunto em casa para saberem o desejo de cada membro. Assim, talvez, seja possível sair da caverna da ignorância descrita por Platão e ajudar a salvar milhares de pessoas.