“É durante as fases de maior adversidade que surgem as grandes oportunidades de fazer o bem a sim mesmo e aos outros.” A célebre frase pertence ao líder religioso Dalai Lama e permite refletir em como a doação de órgãos pode ser uma maneira de amenizar a dor da perda em um ato de solidariedade. Contudo, muitos brasileiros não veem dessa forma, tendo em vista a negativa familiar na doação de órgãos do ente querido. Nesse âmbito, dois aspectos fazem-se relevantes: a falta de preparo da equipe do hospital agregado à carência de informações sobre o assunto. Em primeira análise, cabe citar que um dos principais motivos para a negação da doação é a falta de preparo da equipe do hospital em lidar com a família e, assim, esclarecer sobre a importância do ato. Com isso em mente, no documentário “Anjos da vida: em busca da doação de órgãos”, é retratado um caso de doação bem-sucedido ocorrido no Hospital das Clínicas da Unicamp, que é líder na captação de coração e pulmão, no Estado de SP, justamente por fazer uma abordagem humana e esclarecedora com os familiares, que se encontram em um estado de grande fragilidade emocional. Em consonância a isso, é crucial abordar que a falta de informações sobre o tema consiste em um obstáculo substancial na doação de órgãos. Prova disso é a ONG Adote, referência na conscientização sobre o processo, e que foi criada por um senhor que após perder o filho na lista de espera de transplantes resolveu buscar o aumento de doações por meio de esclarecimento sobre o assunto. Portanto, para aumentar o número de doações no país, é fundamental que haja uma população informada sobre o assunto, o que não se alcançou ainda. Em suma, é imperativo que ONG’s voltadas para a causa, como a Adote, façam uma parceria com emissoras de televisão, que divulguem propagandas pedindo doação de recursos, a fim de que essas organizações possam ampliar seu trabalho de divulgação de informações sobre a temática, realizando palestras em escolas e faculdades. Somente assim a sabedoria de Dalai Lama será seguida e dor da perda amenizada em um ato de amor ao próximo.