Título da redação:

Doação de órgãos: um motivo de pauta familiar

Tema de redação: A doação de órgãos no Brasil e seus principais desafios

Redação enviada em 06/06/2018

A doação de Órgãos é, sem dúvidas, um dos maiores atos de empatia que existem, realocando órgãos que seriam descartados e dando esperança a enfermos que estão a muito tempo esperando na fila de transplantes. Entretanto, além da importante decisão que o indivíduo precisa tomar — ainda em vida — sobre ser doador, a distribuição desses órgãos a quem mais precisa pode ser malvista pelos familiares que, muitas vezes, desconhecem a real importância de fazer isso. Decidir ser doador é um passo difícil de tomar e que requer total desejo da pessoa. “É a intenção, e não a doação, que faz o doador”, disse o escritor alemão Gotthold Lessing em uma de suas obras. Porém, muitos ainda tem receio de pensar, refletir e decidir algo sobre isso. Uns dizem que se trata de convicção religiosa, outros tem receio que retirem seus órgãos mesmo que ainda haja vida, por interesse financeiro, já alguns não aceitam doar pelo simples preconceito que podem sofrer de outras pessoas. Dado pela perspectiva de ser uma decisão individual, a pessoa precisa pesquisar sobre o assunto, considerar a possibilidade e a necessidade de salvar outras pessoas e, por fim, comunicar sua decisão a família, visto que são eles que têm a palavra final na doação. Dessa maneira, ela vai estar totalmente fundamentada na escolha que fizer. Entretanto, além disso, a negativa familiar é o principal motivo para que um órgão não seja doado no Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), 47% das famílias se recusam a doar Órgãos de parente com morte cerebral, visto que, na maioria das vezes, nem mesmo sabiam a opinião do enfermo sobre isso. Em vista disso, se acarreta situações onde gera perda de tempo para equipe médica e até a perda de órgãos funcionais que já deveriam ter sido levados, trazendo a terrível frustração ao paciente que os receberia de precisar continuar na fila. Desse modo, torna-se imprescindível que a doação se torne um assunto em pauta na família sempre que possível, comunicando a família sobre a posição que cada integrante tem sobre o assunto e, se possível, documentá-la no RG. Portanto, é de dever do Ministério da Justiça, junto com a ABTO, a formação de campanhas publicitárias que, por meio da Mídia, com o uso de jornais, “outdoors” e comerciais televisivos, para divulgar a importância de ser um doador no Brasil, mostrando os desafios ainda enfrentados, os benefícios que se propagam disso e a situação dos que esperam a tanto tempo na fila de transplantes. Dessa forma, não só levaria a discussão para os núcleos familiares, como ajudaria a reverter a situação crítica na baixa de transplantes no Brasil.