Desde o aparecimento do Homo sapien na Terra, o inevitável fenômeno da morte acompanha nossa espécie. Apesar disso, a atual sociedade brasileira ainda tem dificuldade ao tratar sobre o assunto, considerado um tabu, o que é refletido nos bancos de órgãos do país, sendo a falta de informação uma das principais causas de recusa à doação de órgãos. As superstições, como as de "chamar a morte" ao falar sobre ela ou se preparar para quando esse momento acontecer, são muito difundidas ainda em nossa sociedade, o que contribui para a ignorância em assuntos como a doação de órgãos, sendo verificado isso nos números baixíssimos de transplantes de coração realizados. Apesar de ser definitiva, a morte cerebral ainda não é entendida como tal para muitas famílias, que acabam necessitando de especialistas para explicarem o estado. Ocorre que, na situação delicada de perda em que se encontram, insistem na recusa à doação, o que poderia ser evitado se o assunto já tivesse sido anteriormente abordado. A interdependência entre os indivíduos sempre foi fundamental para a sobrevivência das espécies, e o ser humano, além de características biológicas adaptativas comuns a outros seres vivos, ainda conta com o intelecto, podendo ajudar sua espécie de forma solidária e altruísta, mesmo ante à morte. No entanto, para que outros possam gozar desse benefício que a doação de órgãos proporciona, é necessário que o assunto seja mais amplamente discutido. A sociedade em geral, bem como os profissionais da saúde, precisam agir por meio de palestras e divulgação de informações na mídia e outras redes de comunicação, difundindo conhecimento para todos acerca do assunto. Atitudes como essas podem contribuir para o aumento do números nos bancos de órgãos de nosso país, bem como para a construção de uma sociedade mais solidária.