Título da redação:

Doa a quem doar

Tema de redação: A doação de órgãos no Brasil e seus principais desafios

Redação enviada em 22/08/2017

“Grey’s Anatomy” (título inspirado no livro “Gray’s Anatomy”), é uma série de drama médico que traz como protagonista Meredith Grey, médica recém formada que trabalhará no hospital escola Seattle Grace. O show já conta com mais de dez temporadas, ou seja, permanece no ar por mais de uma década, e durante esse tempo abordou diversos temas cotidianos na vida de um médico, como a ética profissional, a morte, o transplante de órgãos, entre outros. Em especial, tratando do transplante de órgãos, na sétima temporada Meredith doa parte de seu fígado para seu pai, que não poderia entrar na fila de transplante por não ter completado um ano longe do álcool. Não longe da temática, hoje o Brasil enfrenta desafios em relação ao transplante de órgãos, os quais devem ser analisados e resolvidos. Primeiramente, quase metade das famílias se recusam a permitir a retirada de órgãos em pacientes que tiveram morte cerebral para doação. Segundo dados da ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos), publicados no ano de 2013, 47% das famílias negam a doação de órgãos de seus parentes. Essa problemática ocorre pois o paciente não se declara como doador ou comunica à família o desejo de doar, sendo assim, a família não tem conhecimento se deve ou não permitir a doação e acaba negando. Outra problemática acontece quando a população não compreende o que é morte encefálica e essa ignorância atrapalha na decisão de doar. Ainda segundo dados da ABTO, morte encefálica “é a completa e irreversível parada de todas as funções do cérebro”, porém, os entes queridos entendem-na como um coma, já que o paciente continua “respirando”, a diferenciação é que no coma ainda há função cerebral e esperança de reanimação. Quando a morte cerebral é decretada cabe a família decidir se desligará os ventiladores ou doará órgãos e tecidos, uma decisão dessas em um momento tão doloroso gera os baixos índices. Portanto, é inegável que a questão deve ser discutida e solucionada. Em primeiro lugar, o Ministério da Saúde deve criar propagandas, cartazes e palestras, em postos de saúde, hospitais, colégios e centros universitários, para difundir a informação e conscientizar a população sobre a problemática. Também, o Estado deve ceder honrarias em lápides para doadores de órgãos, valorizando suas ações e compromisso com a vida. Além disso, a família deve discutir o tema para saber e entender o desejo de cada membro familiar, permitindo que a decisão sobre a doação possa ser tomada ainda em vida. Assim, além de aumentar o número de doadores o Brasil terá uma população consciente sobre o bem do próximo.