Título da redação:

Da União para a vida.

Tema de redação: A doação de órgãos no Brasil e seus principais desafios

Redação enviada em 03/09/2018

Da união para a vida. O filósofo francês Jean-Paul Sartre afirmou que o homem não é responsável apenas por si, como também por todos os outros indivíduos. Consoante a essa máxima, a doação de órgãos configura-se como um importante ato humanitário, que valoriza e assegura vida ao próximo. Entretanto, a falta de conhecimento a cerca do processo bem como de infraestrutura necessária fomentam a redução das doações, e, por consequência, a estagnação das filas de espera no Brasil. Em primeira análise, o esclarecimento insuficiente dos profissionais de saúde contribui para o baixo volume de órgãos doados. Embora hajam leis que regulamentam o transplante de partes do corpo humano, como a lei nº 9434/97, muitos trabalhadores, como médicos e enfermeiros, carecem da devida orientação, seja no âmbito técnico, seja na comunicação com parentes. Em virtude desse fato, de acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos(ABTO), cerca de 40% das famílias desconsideram a doação; rejeição oriunda de crenças como a desconfiança do fim levado pelo corpo do ente, e ainda do desconhecimento dos desejos do doador em potencial. Consequentemente, o número de transplantes é insuficiente e a fila de espera cada vez maior e mais estagnada. Sob outra ótica, convém mencionar que a escassez de estrutura adequada também impulsiona esse cenário no país. Apesar do Brasil ser destaque em transplantes no mundo, nem todos os hospitais autorizados pelo SUS possuem preparo técnico para realizarem tal processo, pois carecem de leitos, médicos, enfermeiros e materiais hospitalares básicos. Além disso, o transporte desses elementos vitais nem sempre é possível, posto que a sobrevida de alguns é de poucas horas e o percurso é, muitas vezes, longo e demorado, o que faz com que, segundo a ABTO, 30% deles se percam no caminho. Assim, é imprescindível a atuação adequada, com o intuito de reduzir esses impasses. É notório, portanto, a necessidade de impulsionar as doações de órgãos no Brasil. Nesse aspecto, cabe à União, em parceria com Ministério da Saúde, a ABTO e as mídias, levar a importância de tamanho ato humanitário às residências. Essa ação ocorrerá por meio de palestras, anúncios e campanhas de saúde público-privadas- divulgadas nos horários nobres na televisão e na internet rotineiramente- com o acompanhamento e atuação de profissionais de saúde integrantes da ABTO e agentes do governo devidamente capacitados. A finalidade é preencher as lacunas deixadas pela falta de esclarecimento e incentivar, por conseguinte, as doações. Assim, como dito por Sartre, os indivíduos irão se unir em prol do bem-estar coletivo.