Título da redação:

Basta uma conversa para salvar vidas

Tema de redação: A doação de órgãos no Brasil e seus principais desafios

Redação enviada em 19/08/2017

Basta uma conversa para salvar vidas A doação de órgãos no Brasil é restringida pela recusa das famílias para que um parente seja doador, pois a falta de conversa sobre a questão os impede de saber o que o outro desejava. Além disso, o pouco conhecimentos sobre as condições de morte cerebral faz as famílias terem mais receio para liberar a doação. A concessão da família para a retirada de órgãos se seu ente, se baseia no cumprimento do apelo que esse tenha feito em vida, de modo que, na falta de tal diálogo a opção, na maioria das vezes, é por negar. De acordo a Associação Brasileira de Transplante de órgão, a doação de córnea é a mais aceitável, enquanto a de coração enfrenta os maiores entraves. Essa realidade aponta que durante a escolha, quando não se sabe o desejo do parente, sobressai o sentimento egoísta de não aceitar que o órgão de um familiar continue funcionando em outra pessoa, que, no caso do coração, faz uma forte simbologia que representa a vida. Nesse contexto, as informações imprecisas acerca do processo de morte cerebral, responsável para que o paciente seja doador em potencial, é um outro fator que faz as famílias recusarem a doação. Dessa forma, não ter esclarecimentos sobre a irreversibilidade desse quadro, mantém a família esperançosa com a recuperação do parente, pelo fato dos órgãos ainda estarem em funcionamento, até que ultrapasse o tempo permitido de retirar para transplante. Em suma, os desafios para a doação de órgãos no Brasil estão embasados numa falta de direcionamento das famílias para que liberem a doação. Portanto, faz-se necessário a obrigatoriedade da população deixar decidida a escolha de ser ou não doador de órgãos, de modo a ser especificado no cadastro do SUS e em todos os planos de saúde, a fim da família não negar mesmo quando o paciente aceitaria conceder. Ademais, é relevante ainda que o Conselho de Medicina promova propagandas para explicar à população sobre a morte cerebral, a importância de doar órgãos e como funciona todo o procedimento. Só assim, com o reparo desses impasses, será possível reduzir a fila de espera por um transplante de órgão.