Título da redação:

Ato de Nobreza

Tema de redação: A doação de órgãos no Brasil e seus principais desafios

Redação enviada em 16/08/2017

Homero, na Ilíada, cita o primeiro transplante de tecidos geneticamente diferentes, uma quimera criada pelos deuses. Hoje, com sua execução possível para meros mortais, pessoas ainda morrem à espera de um novo órgão. Fato que, em grande parte, dá-se pela falta de aceitação familiar. Após o Decreto Presidencial em 2016, o numero de órgãos transportados pela FAB cresceu mais de 3000%. Apesar disso, a constante crescente no número de órgãos transplantados nos últimos anos não acompanha a demanda, principalmente pela negativa de famílias quanto a doação dos órgãos de seus falecidos entes queridos, que, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Orgãos, compreendem 47% das solicitações de captação em caso de morte cerebral. No que tange aos fatores que explicam o alto índice de recusa, vale ressaltar a fortíssima influência religiosa no Brasil, onde muitos acreditam que doar órgãos ferirá a integridade da alma. Além disso, o assunto raramente é tocado no âmbito familiar, onde a vontade do doador não é expressa nem mesmo para os parentes, e mesmo que seja, a decisão da família prevalece. Logo, percebe-se que a influência dos familiares é uma peça importante nas questões que envolvem o processo de doação de órgãos. É importante a ação do Ministério da Saúde em ações que ressaltem a importância deste processo por meio de canais de comunicação, não apenas no meio televisivo, mas também nas mídias sociais, abrangendo o maior número de possíveis doadores. Junto a isso, o Poder Legislativo deve agir para colocar o poder de decisão nas mãos do doador, para que a incidência deste nobre ato, continue crescendo.