Título da redação:

A questão das vidas após sua morte

Tema de redação: A doação de órgãos no Brasil e seus principais desafios

Redação enviada em 15/08/2017

Mesmo com o índice de brasileiros tornando-se doadores de órgãos ter aumentado, a taxa ainda é muito pequena se for observado o número de doadores por milhão de habitantes - entre 14 e 15 -, apesar da nobreza da causa. Desde o momento em que o médico declara a morte encefálica do paciente aos seus familiares os órgãos já estão aptos a doação, mas uma pequena parcela das famílias autorizam a mesma. A Associação Brasileira de Transplante de Órgãos - ABTO - ressalta que a principal razão para as negativas envolvem motivos éticos como o fato do falecido não ter deixado claro em vida suas vontades quanto ao assunto em fala ou documento. Outro motivo para as negativas ocorrerem com tanta frequência pode estar associado ao entendimento superficial do termo "morte encefálica", uma vez que mesmo com o cérebro inativo, outros órgãos como o coração funcionam normalmente, o que pode gerar certa confusão. Outro problema que a ABTO enfrenta é a falta de confiança populacional no sistema de saúde pública - isso pode fazer com que desconfiem da declaração de morte encefálica pelos médicos - e a falta de equipes especializadas na retirada e no transplante dos órgãos em todas as regiões do país, dificultando ainda mais o acessos aos mesmos. Assim, seria viável a introdução do assunto nas grades escolares para que o público jovem começasse a se conscientizar sobre esse cenário desde muito cedo, além de uma inovação no acervo midiático publicitário visando motivação à doação e a suplantação de dúvidas, como a respeito da morte encefálica e da carteira de doador. Em tudo isso, tendo em mente o respeito às decisões individuais, a complexidade e a grandeza dessa atitude.