Historicamente a utilização de orgãos de uma outra pessoa se tornou um marco na medicina, o que pôde salvar a vida de muitas pessoas. Entretanto, atualmente há uma grande dificuldade no que diz respeito a doação, se por um lado observa-se familiares que não sabem se seus entes optarão ou não por doar, por outro há a falta de conscientização da população. Assim, fica claro a natureza social do problema o qual tem como principal agente a ignorância. No Brasil estima se que metade da população não sabe se seus familiares tem vontade ou não de doar, demonstrando assim a falta de incentivo a doação. Desde os primórdios da raça humana, o homem só conseguiu se destacar devido a relação mútua de companheirismo a qual se diferencia de todos os outros animais, por conseguinte, atualmente doar orgãos significa manter essa relação e a progressão da espécie, o que evidencia a importância de ter essa conversa com os familiares. É fato que os grandes meios de comunicação não se interessam por campanhas publicitárias destinadas a doação de orgãos, já que as mesmas não trazem lucro. Haja vista que grande parte da população sofre uma esquizofrenia social na qual um lado se remete ao pensamento ignorante de que se não utilizam da doação não faz sentido doar, por outro vê-se idéias egocêntricas relacionadas a crenças, nas quais se mexerem no cadáver supostamente atrapalharia a "salvação", cultos esses que são fundamentados em ajuda ao próximo, o que aniquila a coerência dessa ideia. Prontamente as campanhas em prol da conscientização da população se mostram abastadamente necessárias. Fica evidente, portanto, que por se tratar de um problema social os ideais da população necessitam de mudanças. Então, sendo a principal formadora de opinião a mídia deve contribuir com o aumento de publicidade no que se refere a doação, para isso a intervenção do Ministério da Saúde se mostra fundamental agindo com investimentos pesados em todas as mídias, desmistificando e demonstrando a importância das doações. Todavia, em consonância a família tem um papel muito importante, conversando e expondo para seus entes apoio e incentivo para doar, já que essa atitude facilitaria o trabalho dos médicos e contribuiria para a sobrevivência de uma pessoa necessitada.