Título da redação:

A dúvida é a inimiga da doação

Tema de redação: A doação de órgãos no Brasil e seus principais desafios

Redação enviada em 20/08/2017

O tema ''Doação de Órgãos'' tornou-se decorrente devido a uma alteração feita na lei que regulamentava a doação de órgãos no país. Antes da mudança todos os cidadãos brasileiros eram doadores e com a modificação o poder de decisão passou a ser da família do paciente. Tal transformação do código trouxe muitas inseguranças e dúvidas para os familiares na hora de decidir sobre a concessão dos órgãos como, por exemplo, desconhecimento sobre morte encefálica, medo de ir contra a vontade do ente, pois nunca debateram o assunto, desconfiança do diagnóstico da equipe médica e esperança de um'' milagre''. Segundo dados da ''Associação Brasileira de Transplante de Órgãos'', entre janeiro e setembro de 2012 cerca de 6 mil pacientes foram diagnosticados com morte cerebral, mas somente pouco mais de 1.800 deles se tornaram doadores. Conforme o fato, grande parcela das famílias se negam a doar os órgãos de seus familiares. O principal motivo ainda é a falta de informações, principalmente sobre morte encefálica, pois é difícil para a população leiga em conhecimentos médicos entender que por mais que o coração do paciente ainda esteja batendo, ele está morto. Além disso, a doação de órgão pode ser negada pela família do paciente por mais que ele tenha se declarado judicialmente doador, pois só os familiares podem assinar a permissão para a retirada dos órgãos. Dessa forma, torna-se muito importante o debate do tema dentro do seio familiar, todos devem saber o que seus parentes desejam fazer com seus órgãos em caso de morte. Em concordância com John Stuart Mill, ''Sobre o próprio corpo e mente, o homem é soberano'', fazê-se necessário que as famílias respeitem e apoiem as decisões de seus entes, por mais que possam não concordar. Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. Cabe aos Ministérios da Saúde e Educação melhorarem as campanhas de incentivo a doação de órgãos, pois é preciso sanar as dúvidas da população sobre o assunto, a campanha deve fornecer informações sobre morte encefálica, como é feito o seu diagnóstico e como ocorre o processo de transplante. Ademais, é necessário levantar o assunto nas escolas, desde cedo, pois segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos os países que mais efetuam transplante são os que tratam com naturalidade o tema até mesmo com o pequenos.