Dois mil e trezentos. Esse é o número de pessoas que morreram à espera de um transplante de órgão no Brasil, em 2015, segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos. Dessa forma, fica evidente a necessidade de analisar os desafios para doação de órgão no Brasil que estão relacionados, em sua maioria, à ignorância sobre o assunto. Primeiramente, faz-se necessário abordar a questão do papel da família no processo de doação, uma vez que ela será encarregada pelo que será feito com o parente em situação de morte encefálica. Esse é um dos maiores empecilhos ligados ao tema, já que a família pode não ter conhecimento sobre os desejos do indivíduo em evidência. Dessa forma, é compreensível os familiares optarem pela negação à doação de órgãos, como uma forma de respeitar e não violar o corpo de um ente querido cuja opinião sobre o assunto é desconhecida. Além disso, é igualmente importante discutir a ausência de hospitais habilitados à realização de transplantes em áreas periféricas do país, pois esse fato gera uma relação distante da população local com a doação de órgãos, justificando seus índices baixos. Esse fato é explicado pela psicologia, que julga o contato com um determinado fenômeno, essencial para sua compreensão e futura adesão. Portanto, é evidente que a ignorância sobre a doação de órgãos deve combatida a partir de diversas ações como: a criação de um banco de dados, de acesso restrito a centros hospitalares, pelo Ministério da Saúde, em que a população pode disponibilizar o seu desejo de tornar-se doador de órgãos para que a decisão não seja dependente do conhecimento familiar. Concomitantemente, devem ser criados planos de capacitação e de incentivo à transplantes em todo o Brasil, especialmente em áreas de periferia, pelo Governo e pelas Prefeituras, de forma que a população esteja em contato com essa realidade em toda a extensão do território brasileiro e, assim, o número de doações cresça.