Na Bélgica, todos são potenciais doares, a não ser que se registrem como não doadores. Contudo, no Brasil, há grande burocracia, além de poucas campanhas que informem e incentivem a população sobre a importância da doação. Diante disso, urge que empenhos mais elaborados tanto pelo Poder Público quanto pela sociedade civil sejam efetuados com o fito de mudar esse cenário atual. Em primeira instância, ressalta-se a dificuldade que o governo coloca para permitir a retirada do órgão. Apenas pacientes que tiveram morte encefálica podem doar órgãos, mas a atual legislação exige o laudo de dois médicos, um deles obrigatoriamente neurologista. No entanto, não é toda região que tem a infraestrutura necessária, médico com conhecimento nessa área e os equipamentos para fazer o diagnóstico. Logo, esses possíveis doadores são perdidos. A legislação do Brasil em 1997 previa que todo cidadão era um potencial doador. Entretanto, a falta de informação e conscientização causou polêmica e a lei foi alterada, deixando de haver presunção de consentimento. Segundo Kant, o homem é aquilo que a educação faz dele. Partindo desse pressuposto, nota-se a necessidade de a sociedade possuir conhecimento sobre os procedimentos e o destino desses órgãos, dessa forma não haveria resistência sobre a doação. Depreende-se, portanto, que o Estado e a população devem trabalhar juntos para mudar essa situação vigente. Para isso, o Ministério da Saúde, deve criar um mecanismo para identificar as regiões com altos índices de doadores perdidos, para que possam aprimorar recursos humanos e físicos envolvidos no processo de doação de órgãos e tecidos. Paralelamente, o Poder Público, deve realizar propagandas através das mídias sociais, a fim de que possam informar como ocorre o procedimento e conscientizar a população da importância para os indivíduos que se encontram na fila esperando por um transplante.