Título da redação:

A alcateia unida sobrevive

Proposta: A doação de órgãos no Brasil e seus principais desafios

Redação enviada em 03/10/2017

A alcateia unida sobrevive Segundo Bakhtin, o princípio de alteridade refere-se ao indivíduo constituir-se a partir do outro, com a valorização do sentimento de seus pares. Entretanto, a doação de órgãos no Brasil do século XXI é um desafio que a nação enfrenta, contrária ao pensamento do autor, pois estabelece uma relação distante entre as pessoas. Nesse sentido, a carência na adesão da população à doação e a distribuição irregular de equipes médicas colaboram para um panorama individualizante. A falta de engajamento social na questão da doação é um fator relevante. No livro “O dragão de gelo”, há uma metáfora interessante: ” O lobo solitário morre, mas a alcateia unida sobrevive”. Nessa conjuntura, a falta de adesão da população à doação de órgãos representa o caso deficitário ao país, em virtude de os doadores não acompanharem o frenético crescimento das filas por transplantes. Nessa perspectiva, a ausência de ajuda mútua não garante sobrevida às pessoas e, então, o falecimento tornar-se certeza única, como é possível inferir pela metáfora. Consequentemente, o decréscimo populacional será clarividente, afetando o âmbito econômico e social da nação brasileira. Outrossim, a disformidade na disposição de equipes médicas contribui para esse panorama. Em conformidade com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, a falta de qualificação de profissionais de saúde em parte dos Estados corrobora à concentração de médicos em áreas mais urbanizadas. Em face disso, a captação e processos cirúrgicos de órgãos tornam-se dependentes de unidades de saúde distantes, uma vez que a maioria das universidades não oferecem a instrução voltada para o manejo de órgãos doados. Em síntese, a população sofrerá sérias dificuldades com a permanência desse nefasto quadro. Logo, medidas para mitigar essa problemática são imprescindíveis. Para isso, os núcleos midiáticos podem incentivar a doação de órgãos, mediante o desenvolvimento de propagandas, para alertar a população acerca da necessidade de salvar vidas; bem como as escolas podem promover, por meio de palestras, o debate sobre a doação e seus impactos, a fim de garantir mais doadores para atenuar a gigantesca espera por esses tecidos. Concomitante, cabe às universidades propiciar a equidade na distribuição de equipes, perante a capacitação dos profissionais de saúde em cada região, concernente ao manejo de órgãos.